|
|
||||
Responsáveis Envie suas sugestões de problemas para ou para rpm@sbm.org.br
QUESTÃO 1 (UFMG-2008) Nesta figura, está representado um quadrado de vértices ABCD:
Comecemos a discussão com uma pergunta: de que conteúdo trata essa questão? Se a resposta for “geometria analítica”, possivelmente o encaminhamento dado a ela será semelhante àquele que foi amplamente divulgado na internet, como mostramos a seguir: Como ABCD é um quadrado, temos:
Posto que BD é diagonal do quadrado, segue conclui-se que a = – 4 e b = 3. Então, a + b = – 1 e a resposta correta é b). Por outro ponto de vista que não o da geometria analítica, e é aqui que queremos chamar a atenção do leitor, o problema pode ser resolvido de pelo menos duas outras formas, uma delas usando números complexos, e a outra por geometria sintética (sem o uso de coordenadas), como veremos adiante. No plano Argand-Gauss, chamemos B de z1 = 3 + 4i e D de z2 = a + bi. Observe, na figura do enunciado da questão na prova, que o vetor é o vetor rotacionado de 90° em sentido anti-horário. Ocorre que a rotação de um número complexo z por um ângulo θ é z(cos θ + i sen θ), como discutido no artigo A Geometria e o ensino dos números complexos, publicado na RPM 55. Usando esse resultado, temos: z2 = z1(cos 90° + i sen 90°) = z1(0 + i) = (3 + 4i)i. Segue a = – 4 , b = 3 e a + b = – 1. Explorando um pouco mais o uso dos complexos, podemos também determinar as coordenadas do ponto C, pois, se C é o afixo de um complexo z, então, por ABCD ser um quadrado, temos z = z1 + z2 = 3 + 4i + (– 4 + 3i) = – 1 + 7i, logo, C = (– 1, 7). Em geral, problemas geométricos que de alguma forma tratam de rotação, como o que acabamos de analisar, costumam ter resolução mais simples por meio dos números complexos do que da geometria analítica, e essa é uma ótima discussão para se fazer em classe com os alunos. Ocorre, ainda, que o fato de o problema proposto ter sido ambientado em coordenadas não deve ser tomado como um empecilho à sua resolução por meio da geometria sintética. No problema em questão, a solução sintética nos parece ser a mais direta e elegante, bastando que se perceba na figura a congruência dos triângulos PAB e QDA:
Os ângulos são congruentes, pois são formados por semirretas perpendiculares. O mesmo ocorre com os ângulos Como ABCD é um quadrado, temos sso mostra a congruência dos triângulos PAB e QDA pelo caso ALA. Então, segue e logo, D = ( – 4, 3).
Para os próximos números da RPM contamos, para esta seção, com a colaboração dos leitores por meio do envio de problemas e propostas de discussão em sala de aula.
|