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Calixto Garcia Tradicionalmente, o estudo da posição relativa entre uma reta e uma parábola é feito por meio da Geometria Analítica. Ao confrontarmos a equação da reta com a da parábola, surge uma equação quadrática cujo número de soluções fornece a informação se a reta intersecta a parábola em dois, um ou nenhum ponto. Por outro lado, vemos aqui uma interessante oportunidade (didaticamente falando) de abordar esse problema com o uso da geometria sem coordenadas, a partir da definição de parábola via foco e diretriz. O objetivo deste texto é explorar essa abordagem.
Para tanto, consideremos, num plano euclidiano, uma reta r e uma parábola Estudemos primeiramente o caso em que a reta r contém o foco F. Se r é perpendicular à diretriz d num ponto Y, então r intersecta a parábola Suponha, então, que as retas r e d não sejam perpendiculares. Nesse caso, a perpendicular a r, por F, intersecta a diretriz d num ponto D (veja figura 1) e os pontos de d que estão a uma distância FD do ponto D são os pontos de tangência de duas circunferências que passam por F e são tangentes a d. Os seus centros P e P’ são obtidos pelas intersecções da reta r com as perpendiculares a d nesses pontos de tangência. Concluímos, neste caso, que a reta r é secante à parábola Passemos agora ao estudo do caso em que a reta r não contém o foco F. Sendo F’ o simétrico de F em relação a r, temos que um ponto P pertence a Se F e F’ estão em lados opostos da diretriz d, então o problema não tem solução e a reta r é disjunta da parábola. Nesse caso, qualquer ponto de r está mais próximo da diretriz d do que do foco F (veja figura 2). Se F'
Se F e F’ estão do mesmo lado da diretriz d de modo que as retas FF’ e d são paralelas, existe uma única circunferência que passa por F e F’ e é tangente à diretriz d e o problema novamente admite uma única solução. Nesse caso, a reta r é perpendicular à diretriz d e intersecta a parábola num único ponto. Finalmente, se F e F’ estão do mesmo lado da diretriz d de maneira que as retas FF’ e d se intersectam num ponto D, existem duas circunferências que passam por F e F’ e são tangentes à diretriz d. Os pontos de tangência I e J podem ser obtidos, com régua e compasso, a partir da propriedade geométrica conhecida como potência do ponto D em relação a essas circunferências, a qual implica DI = DJ = Os centros P e P’ das circunferências procuradas são obtidos pelas intersecções da reta r com as perpendiculares a d nesses pontos de tangência. Concluímos, nesse caso, que a reta r é secante à parábola A apresentação de nova abordagem de um assunto matemático, como a exposta neste texto, traz quase sempre benefícios à aprendizagem. Em muitos casos, proporcionamos aos alunos uma visita a conteúdos que consideram aparentemente desconexos. E é gratificante observar o encantamento que experimentam ao perceberem o comportamento corporativo dessa Ciência.
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