|
|
||||
Carlos Isnard
Considerando a equação (1) do artigo precedente
de S.N. Sato, verificamos que num contexto mais geral, vale também:
Teorema: As soluções de
(1) com m, n e p inteiros
0 são dadas por m = p +u, n = p + v, onde u e v são inteiros
-p tais que uv = p2.
A demonstração se faz imediatamente substituindo m = p + u e n = p + v em
(1). O teorema é um resultado fácil para quem teve alguma indicação prévia
de que substituições conduziriam à solução de problema. Essa indicação foi
obtida no artigo anterior.
Aos exemplos lá apresentados podemos acrescentar as soluções inteiras
provenientes das fatorações p2 = uv com u e v negativos, que
nos dão:
O teorema do artigo anterior, sobre soluções inteiras positivas, se pode
obter como conseqüência do teorema sobre soluções inteiras que enunciamos
acima. Basta provar:
Lema: Sejam m > 0, n > 0,
p > 0, m = p + u, n = p + v, uv = p2.
Então u > 0 e v > 0.
Demonstração: Se u < 0 ou v < 0 então u e v < 0, porque uv = p2.
Teríamos então –p < u < 0 e –p < v < 0, logo |u| < p, |v| < p, portanto |uv|
< p2 = uv, contradição.
Um problema bem mais complicado é achar as soluções naturais, ou inteiras,
de
José Felipe Voloch, do
IMPA, um especialista em Equações Diofantinas (estudo das soluções
inteiras de equações). Por ele soubemos também que o problema geral da
representação de chamado o
estudo das frações egípcias, porque era nessa forma que os antigos
egípcios
assunto é tratado no Papiro de
Rhind, um dos textos matemáticos mais antigos conhecidos (de 2.000 a 1.800
A.C.). A equação (1) chamada Fórmula da Ótica, pois se relaciona com a refração da luz. Segundo [3] as soluções naturais ou inteiras dessa equação foram várias vezes redescobertas e publicadas ([5] , [6], [7] e [8]).
Finalizando essas considerações, um exercício: Seja p = p1
c1 ... pk ck, onde os pj são primos e os cj
são naturais.
Referências [1] Boyer, C., Historia da Matemática, Ed. Edgard Blücher, 1974
[2] Van der Waerden, B.L., Geometry and Algebra in Ancident Civilizations.
Springer-Verlang, 1983. [3] Dickson, L.E., History of the Theory of Numbers, vol II, págs. 688-691. G.E. Stchert New York, 1934 [4] Guy, R.K., Unsolved Problems in Number Theory, págs. 87-90. Springer-Verlag, 1981. [5] André, D., Nuov. Ann Math. (2), 10, 1871, 298. [6] Dujardin L’intermédiaire des math., 2, 1895, p. 3. [7] Whitworth, P., Math. Quest Educ. Times, 75, 1901, 85. [8] Sós, E., Zeitschrift Math. Naturw. Unterricht, 36, 1905, 97. [9] Lagoutinski, M., L’intermédiaire des math., 4, 1897, 175.
|