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Introdução Em muitos anos de experiência dando aulas de matemática em turmas do ensino médio, tenho percebido a dificuldade, tanto por parte dos alunos como dos professores, em associar o assunto “funções” a situações de seu cotidiano. Convencida de que apresentar aos alunos exemplos de uso do ferramental matemático em aplicações do dia a dia é um fator não só de motivação ao aprendizado mas também de auxílio à assimilação conceitual, sempre busquei novos exemplos de aplicações práticas de funções, às vezes, ligados à Física, à Economia, etc. Nesse contexto, o artigo Funções Interessantes publicado na RPM 63 me ajudou bastante e trouxe um estímulo a mais para pesquisar novas situações reais e comuns, que possam ser modeladas por funções matemáticas e que pudessem despertar o interesse dos estudantes. O objetivo deste artigo é apresentar algumas aplicações cotidianas das funções teto e piso como forma de motivar professores e alunos para o aprendizado de tais funções.
As funções teto e piso Inicialmente, vejamos as definições das chamadas funções teto e piso que serão usadas no decorrer do artigo. A função teto é a função f : Da própria definição, se (n – 1) < x A função piso é a função f : Da própria definição, se n
Exemplos de aplicações cotidianas das funções teto e piso 1.Tarifação em estacionamento de shopping Problema: Um determinado shopping usa o seguinte critério tarifário para seu estacionamento: R$ 5,00 por até 3h, acrescido de R$ 2,00 por hora ou fração que exceder as 3h. (a) Quanto pagará um usuário que deixa seu carro nesse shopping durante 4h 20min? (b) Determine a expressão em t, sendo t o tempo contado em horas, que fornece o valor do estacionamento por uma permanência de t horas. Solução (a) 4h 20min = 3h + 1h + fração de 1h, logo o preço será R$ 5,00 + R$ 2,00 + R$ 2,00 = R$ 9,00. (b) Se t indica o tempo em horas, observamos que há dois regimes de tarifação: um para o intervalo 0 < t C(t) = Considerando o dado do item (a), temos t = 13/3 = 4,33 ...h, logo C(t) = 5 + ( que é o resultado anteriormente obtido. Abaixo, exibimos o gráfico da função C(t) no intervalo [0, 6]. 2. Leitura em mostrador de cronômetro digital
Para cada subconjunto de dígitos a contagem se dá em uma unidade (ds, s ou min) inteira de tempo. Quando o cronômetro é disparado, no mostrador dos décimos de segundos (ds), a leitura cresce unitariamente de 0 a 9 ds, com período de repetição de 10 ds. A leitura no mostrador de segundos cresce unitariamente de 00 a 59 s, com período de repetição de 60 s. A leitura no mostrador dos minutos segue a mesma regra do de segundos, apenas alterando-se a unidade de medida de segundo para minuto. Se a leitura 59:59:9 for atingida e o cronômetro continuar ligado, automaticamente ele retorna à leitura inicial 00:00:0. Problema: Obter uma expressão que forneça a leitura do mostrador dos segundos do cronômetro, em função do tempo corrido t Solução: Das informações prestadas sobre o funcionamento do mostrador do cronômetro digital, a função em questão deve ser definida como L: No mais, L(t) é “periódica”, isto é, L(t) = L(t + T0), Agora, para modelar a periodicidade de L(t) a cada T0 = 60 segundos, podemos escrever L(t ) = Convenientemente, pode-se escrever K = Vale notar que essa expressão também serve para modelar a leitura do mostrador dos minutos do cronômetro em função do tempo. No caso do mostrador de décimos de segundo, usa-se a função L(t) = A figura abaixo mostra a representação gráfica de L(t) =
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