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Sejam A e B dois conjuntos não vazios com m e n elementos, respectivamente. Entende-se por aplicação de A e B qualquer correspondência f que a cada x A associa um único y B. Se y B está associado a x A, diremos que x é uma pré-imagem de y e escrevemos f(x) = y. O subconjunto de B dos elementos que admitem pré-imagem é chamado conjunto imagem. Uma aplicação de A em B é chamada aplicação sobrejetora ou sobrejação se o conjunto imagem é B, ou seja, se cada elemento de B admite pré-imagem. Uma aplicação é dita aplicação injetiva ou injeção se cada elemento do conjunto imagem admite uma única pré-imagem. Prova-se que, quando m = n, numa aplicação é sobrejetiva se, e somente se, é injetiva. Verifica-se, com certa facilidade, que o número de injeções que podem ser definidas de A em O problema de se estabelecer uma fórmula direta determinando o número de sobrejeções que podem ser definidas de A em B, contudo, não é tão fácil. Esta é uma versão do problema de determinar o número de modos em que se pode distribuir m bolas distintas em n urnas distintas de modo que nenhuma urna fique vazia. Indicaremos este número por (m,n). É fácil concluir que (m,n) = n! e que (m,n) = 0 se m < n. Nosso objetivo é demonstrar que:
sejam quais forem m e n. Vale aqui observarmos que deste resultado seguem-se imediatamente os seguintes identidades.
A fim de provar a fórmula (1), mostraremos
inicialmente um lema:
(m,n) = n[ (m-1, n-1) + (m-1, n)], m,n 2.
Fixemos um elemento x0 A e consideremos o elemento y0 0, tal que f(x0) = yo. Há duas possibilidades exclusivas:
O número de sobrejeções f de A em B tais que f(x0) = y0 satisfazendo i) é igual a (m - 1, n - 1) e satisfazendo ii) é igual a (m - 1,n). Portanto, o numero total satisfazendo f(x0) = y0 é igual a (m -1, n - 1) + (m-1,n). Como existem n possibilidade para y0, segue-se que:
Faremos a prova por indução sobre m. Isto significa que, para m = 1, devemos mostrar que:
Ora, se n = 1, temos que: . Se n = 2, vem
Suponhamos, agora n > 2: usando a relação de Stifel
que pode ser verificada diretamente, podemos escrever
E, pela fórmula do binômio de Newton, temos:
Isto agora a prova de (2) que corresponde ao cálculo de a (m.n) pela expressão em (1) quando m=1 e n qualquer. Continuando o processo da prova por indução sobre m, suponhamos agora que m 2 e que a formula (1) seria válida para m-1 (e n qualquer) e mostremos que ela também será verdadeira para m (e n qualquer). Separemos os casos em que n=1 e n 2. Com e feito se n=1, temos:
e, portanto, para este caso, a fórmula (1) está provada.
Suponhamos então que n > 1: pelo lema que
provamos inicialmente, temos que Usando a hipótese de indução e mais uma vez a relação de Stifel (3), vem que:
______________________ (m,n) = n! S (m,n) (para a definição dos números de Stirling o leitor interessado pode consultar J. Riordan – An Introduction to Combinatorial Analysis, J. Wiley (1958), páginas de 32 a 48, e 91).
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