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Selecionamos três questões da 1ª fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas de 2008, devido à grande repercussão que elas tiveram entre alunos e professores. A primeira questão, que estava presente nas provas dos três níveis, é um problema de lógica matemática. Aqui, a leitura atenta e bem-interpretada do enunciado por parte dos alunos é fundamental para que seja possível encontrar a solução. O enunciado é o seguinte: Ari, Bruna e Carlos almoçam juntos todos os dias e cada um deles pede água ou suco. • Se Ari pede a mesma bebida que Carlos, então Bruna pede água. • Se Ari pede uma bebida diferente da de Bruna, então Carlos pede suco. • Se Bruna pede uma bebida diferente da de Carlos, então Ari pede água. • Apenas um deles sempre pede a mesma bebida. Quem pede sempre a mesma bebida e que bebida é essa?
Na solução dessa questão, analisamos, inicialmente, o total de possibilidades para cada uma das três pessoas, sendo que a princípio todas podem beber água ou suco. Logo, há 2 × 2 × 2 = 8 possibilidades para considerar, conforme a tabela. A partir daí, iremos analisar as condições do problema para decidir qual das possibilidades é a correta. A primeira condição (se Ari pede a mesma bebida que Carlos, então Bruna pede água) A segunda questão, aplicada na prova do nível 2, trata de Geometria, assunto que tem sido muito sacrificado, quando não completamente omitido das nossas salas de aula. O pouco, ou quase nenhum, tempo dedicado à Geometria em muitas escolas tem como consequência o baixo desempenho de nossos alunos em questões sobre o assunto, mesmo naquelas que só envolvem conhecimentos absolutamente elementares de Geometria. É comum nas provas da OBMEP os alunos confundirem perímetro com área ou, mesmo ainda, ignorarem o significado da palavra "perímetro". Nessa questão foram utilizados conceitos como área de quadrados, medidas de segmentos e a resolução de um sistema simples de equações do 1o grau. Dobrando-se folhas quadradas ou retangulares ao longo de quadrados ou de retângulos, variando os comprimentos dessas figuras para calcular a "área cinza", essa questão pode inspirar várias atividades em sala de aula. O enunciado é:
(A) 21cm (B) 22 cm (C) 23 cm (D) 24 cm (E) 25 cm Solução
A última questão que apresentamos constava da prova do nível 3, e trata de probabilidade, tópico que tem sido tratado com muita dificuldade nas escolas. Uma dessas dificuldades é saber distinguir entre eventos disjuntos e eventos independentes. Por outro lado, no ensino médio, o ensino de Probabilidade tem se restringido a uma aplicação de Combinatória, tópico também pouco conhecido dos alunos. O professor Paulo Cezar Pinto de Carvalho, pesquisador do IMPA e autor de livro sobre probabilidade, aponta a importância do ensino desse tópico nas escolas: "Modelos de natureza probabilística são cada vez mais usados no mundo atual, em todas as atividades humanas. Apesar disso, a maioria das pessoas tem dificuldade para lidar com esse tipo de modelo (por exemplo, se indagadas sobre qual das combinações 1-2-3- 4-5-6 ou 12-21-34-43-50-51 tem mais chance de ser sorteada na Mega- Sena, a maior parte das pessoas dirá que a segunda tem maior chance de sair, quando na verdade as chances são as mesmas). O ensino de Probabilidade na escola de nível básico deveria ter por objetivo fortalecer a intuição e o espírito crítico dos alunos para lidar com situações envolvendo fenômenos aleatórios". Vejamos o enunciado:
(A) Para solucionar a questão, primeiramente observa-se que Pedro pode terminar o jogo de cinco maneiras distintas, como listadas abaixo: 1. cara, cara, cara − probabilidade 1/8 Assim, ele termina com coroa nas alternativas 2, 3 e 5. Como as alternativas acima são mutuamente exclusivas, a probabilidade de sua última jogada ser coroa é |