Acabamos de perder mais um colaborador de primeira hora, o colega
Carlos Augusto Sholl Isnard

 

-Sempre sereno e competente, foi um analista meticuloso de artigos e um revisor pronto e eficaz.

Desde a juventude, foi pesquisador do IMPA − Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Rio de Janeiro).

Graduou-se em Engenharia Civil, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1963. Na Escola de Engenharia foi monitor, ainda como estudante, em 1963, e em 1964 foi instrutor. Obteve o grau de mestre em Matemática pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, em 1966 e de doutor em Matemática, pela mesma universidade, em 1971. Entre 1969 e 1971, foi instrutor na Northern Illinois University, nos Estados Unidos.

Voltando ao Brasil, foi chamado para o IMPA, onde orientou 20 alunos de Mestrado e, ultimamente, exercia o cargo de Professor Associado.

Na RPM, colaborou desde o 3 número, em 1983, até o número 60, em 2006, pouco antes da manifestação da doença que o levou de nós. Sua presença no Comitê Editorial da RPM contribuiu e muito para o aprimoramento da qualidade da Revista, para o equilíbrio nas decisões e para o desenrolar agradável das reuniões. Foi responsável pela indicação do colega Augusto César Morgado, que, por sua vez, trouxe os colegas Eduardo Wagner e José Paulo Carneiro para o Comitê Editorial da RPM, o que enriqueceu a participação carioca no CE, com professores conhecedores do ensino da Matemática em todos os níveis.Ele era casado com Sônia Maria Moura Pereira da Silva Isnard; deixou filhos e enteados que muito o amaram.

A influência do colega Isnard, nos ambientes em que viveu, está descrita no depoimento de Paulo Cezar Pinto de Carvalho, companheiro nosso de CE, que, como aluno e como colega de Isnard, diz o seguinte:

Como aluno, pude perceber que o Isnard era um professor que fazia questão de chegar ao aluno, sem fazer quaisquer concessões ao nível dos cursos que ensinava. Fui aluno dele, como muitos no IMPA, em Teoria da Medida, um curso sabidamente difícil, onde estas características ficavam patentes.

Como colega, convivi até recentemente (pouco antes de seu falecimento) com Isnard na Comissão de Ensino, onde funcionava como um padrão de sensatez e equilíbrio. Devo dizer, ainda, que, como reconhecimento a todas essas contribuições, está sendo considerada a criação, pelo IMPA, de um Prêmio Carlos Isnard, a ser outorgado a professores que se destaquem pela excelência no Ensino.

Este foi nosso colega Carlos Isnard, que nos deixa muita saudade.