Edílson de Moura

Numa aula, eu estava mostrando aos meus alunos que algumas vezes podemos achar mentalmente as raízes de uma equação do 2º grau.

Por exemplo, para calcular as raízes de x2− 5x + 6 = 0, basta procurar dois números cuja soma é 5 e o produto é 6. Percebe-se logo que 2 e 3 são os números procurados. Dei vários outros exemplos.

Chamei a atenção dos alunos para o fato de que esse cálculo mental fica mais fácil se o coeficiente de x2 for 1. Assim, na tentativa de resolver mentalmente a equação 6x2 x − 1 = 0, seria melhor dividir a equação toda por 6 (o que não muda as raízes), obtendo-se -

Mas agora fica difícil fazer o cálculo mental porque apareceram frações.

Para minha felicidade, um aluno falou:

“Eu fiz de outro jeito. Tirei o 6 da frente do x2 e multipliquei o último −1 por 6. Obtive a equação x2x − 6 = 0. Deu para adivinhar as raízes dessa equação: –2 e 3. Daí as raízes da equação inicial são –2/6 (= –1/3) e 3/6 (= 1/2).”

A resposta estava certa. Tentamos usar o “jeito” do aluno em outras equações (tente você também com, por exemplo, 2x2− 3x − 2 = 0) e sempre obtivemos as raízes. Procuramos uma explicação.

Se  a  equação  inicial  é  ax2 + bx + c = 0,  a ≠ 0, o “jeito” do aluno a transforma na equação y2+ by + ac = 0. Ambas as equações têm o mesmo descriminante ∆ = b2 4ac. As raízes da primeira são - e as da segunda são -, daí o resultado obtido pelo aluno, - Legal, não é?