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Cara (sic) ... por favor ... qual a solução desse problema: Em uma caverna escura existem 2 chapéus brancos
e 3 pretos.
Três pessoas entraram na caverna e sem ver a cor dos chapéus escolheram um, aleatoriamente. Essas três pessoas saíram em fila indiana, de forma que a de trás visse os 2 chapéus a sua frente, a segunda podia ver o chapéu da primeira que por sua vez não podia ver nenhum chapéu. Pergunta-se ao último da fila sobre a cor de seu chapéu e ele responde que não sabe. Pergunta-se ao do meio e ele também não sabe. Finalmente pergunta-se ao primeiro, que após ouvir as respostas de seus colegas diz a cor do chapéu que veste! Você saberia dizer que cor é essa? RPM Imagine a fila indiana da esquerda para a direita: X _ Y _ Z e os chapéus: B, B, P, P, P. 1) X é o último da fila. Ele diz "não sei" . Isso significa que ele não viu BB na sua frente (se tivesse visto, teria dito "o meu é P"). Portanto X viu na frente BP ou PB ou PP.
2) Y também disse "não sei". 3) Z pensou: Se o meu fosse B, Y saberia que o dele é P (já que a possibilidade BB estava eliminada); mas Y disse "não sei"; portanto o meu é P.
Um leitor do Ceará pede a solução de um problema apresentado na UFC (Universidade Federal do Ceará). Prove que (b a)(c a)(d a)(c b)(d b)(d c) é divisível por 12, quaisquer que sejam os inteiros a, b, c, d. RPM Seja n = (b a)(c a)(d a)(c b)(d b)(d c). Façamos: . Então, . Com essas mudanças temos: . 1) n é divisível por 4, pois se dois dos números x, y ou z forem pares, 4 | n; se somente um deles for par, os outros dois serão ímpares e a diferença desses dois ímpares será par. Novamente 2 x 2 = 4/n; se nenhum for par, as três diferenças entre parênteses serão pares e 4/n. 2) n é divisível por 3, pois se um dos números x, y ou z for divisível por 3, 3 | n; se nenhum deles for divisível por 3, eles serão do tipo 3k + 1 ou 3k + 2. Pelo menos dois deles serão do mesmo tipo (princípio da casa dos pombos). A diferença destes será divisível por 3. Novamente, 3 | n. Olhando para 1) e 2), vemos que 12 | n.
Um leitor do Rio de Janeiro pediu a solução do seguinte problema: A e B decidem encontrar-se entre 15 e 16 horas, mas cada um não esperaria mais do que 10 minutos pelo outro. Determinar a probabilidade de eles se encontrarem. RPM Vamos supor que o encontro deva ser entre 0 h e 1 h e usar minutos como unidade. Vamos supor ainda que A chegue no instante xA, 0 < xA < 60, e B chegue no instante yB, 0 < yB < 60. Os possíveis valores do par (xA, yB) correspondem aos pontos do quadrado Q = {(x, y) R2 | 0 < x, y < 60} no plano cartesiano. O intervalo de tempo no qual A estará presente no ponto de encontro é o intervalo IA = {x [0, 60] | xA < x < xA + 10} = {x [0, 60] | x = xA + t, 0 < t < 10} e, similarmente para B, IB = {y [0, 60] | yB < y < yB + 10}={y [0, 60] | y = yB + s, 0 < s < 10}. A condição para que A e B se encontrem é que os intervalos IA e IB tenham interseção não vazia, ou seja, xA + t = yB + s, 0 < t, s < 10. Uma outra maneira de dizer isso é que o quadrado com vértice inferior esquerdo (xA, yB), lados paralelos aos eixos e comprimento 10, deve intersectar a diagonal do quadrado Q.
A condição no par (xA, yB) para que o encontro ocorra é -10 < xA - yB < 10 e o conjunto de tais pares, no gráfico, é uma "faixa" em torno da diagonal do quadrado Q. A "faixa" é a reunião dos dois trapézios sombreados na figura. A área dessa região sombreada é a área do quadrado menos a área de dois triângulos retângulos de catetos iguais a 50, isto é,
Como a área de Q é 3600, a probabilidade procurada é . Nota Um problema análogo ao anterior encontra-se na RPM 20, p. 20.
Escreve um leitor da Bahia: Em lógica, os valores lógicos do condicional simples () são citados nos livros sem uma justificativa, nem mesmo por um exemplo prático, o que desagrada os alunos. Que exemplos práticos poderiam ser dados para justificar a regra? RPM Examine a sentença: "Se chover às 10 horas, a calçada ainda estará molhada às 11 horas." Essa sentença só vai ser falsa (pelo senso comum) se chover às 10 horas e a calçada estiver seca às 11 horas. Chamando p: "chove às 10 horas" e q: "a calçada está molhada às 11 horas", diz, então, o senso comum que ela somente será falsa se a situação p ~ q for verdadeira, ou seja, ela será verdadeira se a negação de p ~ q for verdadeira. Examinemos a tabela verdade de p ~ q e sua negação:
Por isso parece "razoável" fazer a tabela verdade de p q igual à tabela de ~ ( p ~ q). Claro que frases do tipo "Se Roma é capital da França então 3 + 3 = 20" são muito estranhas do ponto de vista do senso comum, mas são verdadeiras de acordo com a tabela verdade. Um outro exemplo interessante é dado pelo episódio descrito abaixo.
O matemático G. H. Hardy (1877-1947) explicava a seus alunos que, se você admitir uma proposição falsa, então você pode, a partir dela, provar qualquer coisa. Um aluno incrédulo o desafiou: "Então prove que se dois e dois são cinco, então eu sou o Papa!".
Hardy não se abalou: "Pois não: de 2 + 2 = 5, ou seja, 4 = 5, subtraindo 3 de ambos os membros, conclui-se que 1 = 2. Agora, você e o Papa são duas pessoas, mas como 1 = 2, então você e o Papa são um só."
Hardy, especialista em Teoria dos Números, foi o maior matemático inglês de seu tempo. Extremamente tímido, era fanático por cricket. Muito conhecido é seu livro Apologia de um Matemático.
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