Às vezes esta seção mais se parece com uma seção de problemas. Isso porque as perguntas que recebemos, predominantemente, referem-se a problemas cuja solução não satisfez o leitor. Mas chegam também perguntas como as que publicamos nesta RPM.

Um leitor de Macapá escreveu: Surgiu uma dúvida quanto ao conjunto dos números pares. Para um autor, Gelson Iezzi, o zero é par; para outro(s), vamos citar o Medeiros, o zero não é par. Quem está com a razão?

RPM: O professor Gelson Iezzi. O número 0 é par, pois ele é inteiro e divisível por 2, ou, de modo equivalente, 0 é um múltiplo de 2, já que .
 

Um e-mail dizia: Sou professor de Ciências e Matemática numa 8ª série e veio a dúvida: Por que o círculo trigonométrico tem raio igual a 1? Se o raio fosse 2, o que mudaria?

RPM: Quando se estuda Matemática, algumas unidades de comprimento têm nome. Por exemplo, 1 cm, l km, etc. Mas, na maioria das vezes, é o usuário que escolhe uma unidade de comprimento conveniente. Quando o professor desenha no quadro-negro um quadrado de lado “um” e o aluno o copia desenhando no caderno um quadrado de lado “um”, o professor e o aluno escolheram uma unidade de comprimento diferente, que é o comprimento do lado desenhado. Quando se desenha um sistema de coordenadas, escolhe-se ao longo do eixo x um ponto para representar o número 1, isto é, escolhe-se uma unidade de comprimento que, em geral, também não é nenhuma daquelas que têm nome. Pois bem, ao estudar as funções circulares (trigonométricas), é conveniente atribuir ao raio o comprimento 1, obtendo:

e

O e-mail do leitor dizia: Um aluno me perguntou a leitura correta do número 2 233 233 233 233 233 233 233 233.

RPM: A leitura é dois setilhões, duzentos e trinta e três sextilhões, duzentos e trinta e três quintilhões, duzentos e trinta e três quatrilhões, duzentos e trinta e três trilhões, duzentos e trinta e três bilhões, duzentos e trinta e três milhões, duzentos e trinta e três mil e duzentos e trinta e três, mas normalmente recorre-se a uma linguagem mais concisa. Por exemplo, se esse número aparecesse em algum campo das Ciências Exatas, ele seria escrito em notação científica: ou, se maior precisão fosse exigida, e aí a leitura seria a usual.

Mais um e-mail : Sou professor de Matemática no Ensino Médio e tentando diversificar minhas aulas ... propus aos meus alunos o desafio de escrever os números de 1 a 100 usando quatro quatros e todas as operações possíveis. Foi um verdadeiro sucesso, mas não conseguimos escrever todos. Para o 99 foi dado um jeitinho: , que deve ser lido como . Esse jeitinho é válido?

RPM: O que você, leitor, acha?

Como sair dessa?

Um leitor do Ceará, sob o título acima, nos contou a seguinte história: A direção da Escola Alfa estabeleceu um prêmio de R$1200,00 para ser repartido, no final do ano letivo, inversamente proporcional à quantidade de faltas dos três melhores alunos concludentes da 8a série. Sabendo-se que o primeiro aluno teve zero falta, o segundo, duas faltas e o terceiro, quatro faltas, qual deverá ter sido a parte de cada aluno?

RPM: Saída matematicamente honesta? Não existe.
 

De um leitor de São Paulo: Escrevo para solucionar uma dúvida sobre a regra de Houlle de abaixamento de ordem para o cálculo do determinante. Aprendi essa regra no terceiro colegial, mas não consigo achar nem um livro falando sobre o assunto. E, atendendo um pedido da RPM, o leitor mandou um exemplo de aplicação da regra:

RPM: Um dos editores da RPM, professor Morgado, conhecia a regra sob o nome de “regra de Hoüel”. Na verdade trata-se de um processo prático para fazer o chamado “escalonamento”, como se vê a seguir.

Supondo e introduzindo “zeros” na primeira coluna, obtém-se:

... e assim se vê porque a regra funciona.