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- O colega Euvaldo, de Aracajú-SE, gostaria de saber como apareceu, quem usou pela primeira vez e com que finalidade, a notação n! para o fatorial de n. RPM:
Conforme
F. Cajori em sua obra “The History of Mathematical Notations”, o
primeiro matemático a usar a notação n! foi Christian Kramp, de
Strasbourg, França, em 1808 no seu livro “Éléments d’Arithmétique
Universelle”. Ele mesmo justifica: “O emprego freqüente que faço da
Análise Combinatória na maior parte das minhas demonstrações tornou
indispensável esta notação”. Antes e depois de Kramp, outras notações
foram usadas como por exemplo M=1.2.....m, por Euler em 1751, ou [p]n
= p (p – 1) (p – 2) ... (p – n + 1), por
Vandermonde em 1772, ou 5*
= 5.4.3.2.1, por Basedow em 1774, e,
=1.2....n, por alguns matemáticos ingleses e americanos no século
passado, ou m’ = 1,2.....m, por Weierstrass em 1841. Em 1915, o Council
of the London Mathematical Society recomendou, afinal, a notação n! em
vez de e,
a partir de então, a notação n! foi a que se impôs, mesmo por conveniências
de impressão. -
O colega Vital L. Campos, de Vitorino Freire-MA, pede à RPM que responde
à seguinte questão que lhe foi proposta por um aluno: “Embora
o produto seja geralmente maior do que a soma, como no caso de
Se
m = 1 e n
1, temos: m
. n = 1 . n = n e m + n = 1 + n >
n, logo,
quando um dos números for 1, a soma de ambos será maior do que seu
produto. Se m
×
n = (2 + m’) (2 + n’) = =
4 + 2 (m’ + n’) + m’n’ = = (2 + m’) + (2 + n’) + (m’ + n’ + m’n’)
m + n, sendo que a igualdade só será válida quando m’ + n’ + m’n’ = 0, isto é, quando m’ = n’ = 0. - Os colegas Nivaldo, de São Paulo-SP e Manuel Batista de Recife-PE, perguntaram sobre recionalizantes para expressões que apresentem nos denominadores índices de raízes ou número de parcelas maior que 2, como por exemplo:
;
;
RPM:
Um fato comum a todas estas expressões é que elas possuem como denominadores um número irracional algébrico (v. RPM, nº 1 pag. 14 – 15), isto é, se a é qualquer um destes denominadores, existe um polinômio P com coeficientes inteiros do qual a é raiz, tal que P não tenha raiz nula (isto é, seu termo constante é não nulo), ou seja: P(y)
= a0 + a1y ... +
an–1 yn-1 + an yn, com a0
0
e P(a)
= 0. Tem-se
então, que
.
= a0
0, onde
= -
(a1 + a2
+ ... + ann-1). Como
a0 é um inteiro, o número b
é um fator racionalizante. Resumindo:
dado um número irracional algébrico a,
existe um número b
obtido como somas de potências de a
multiplicadas por inteiros (isto é, b
é uma combinação linear de potências de a
a coeficientes inteiros) tal que ab
seja um inteiro não nulo. Embora isto resolva o problema teórico, não o
resolve na prática, pois nem sempre é fácil achar um tal polinômio P.
3
– 6 2
+ 12
-
8 = 6 ou (2
– 6
+ 12) = 14 e, então Este
processo apresenta complicações maiores nos demais casos. Um
outro processo, que se aplica aos 3 primeiros exemplos dados acima, é o
seguinte: a
é uma soma de expressões do tipo aixi, onde ai
e xini são inteiros. Procura-se, então, um polinômino
nos xi, com coeficientes inteiros, que multiplicado por a
dê um novo polinômio nas variáveis xini. Usemos
este processo para a resolução do exemplo 1, em que
. Façamos
e
e procuremos polinômios com
coeficientes inteiros Q e R tais que:
. Ora:
O
caso 3 é análogo a este, de vez que
e, com processo análogo, acha-se No
exemplo 4, em que
podemos
utilizar um outro processo, verificando que
Tem-se
então que
Este
é um processo que pode ser aplicado quando
for uma combinação linear
(a coeficientes inteiros) de raízes quadradas. Quanto
ao exemplo 5, entretanto, não encontramos um processo razoável. O
processo que se aplica aos 3 primeiros casos, por exemplo, nos levaria a
um sistema com cerca de 30 equações lineares nos coeficientes (por
considerações teóricas, sabe-se que o sistema admite soluções).
-
Uma colega de Anápolis-GO, pergunta como poderá explicar aos alunos
porque
é irracional, sem saber
o seu valor certo. RPM: Para
demonstrar que
não é racional, não basta
calculá-lo com um “número grande” de casas decimais, pois, ainda
assim, não saberemos se ele é periódico (e, portanto, racional) ou não.
Devemos procurar uma demonstração que não dependa da representação
decimal de
. Analogamente ao que é feito no artigo sobre Grandezas Incomensuráveis
(pág. 6) para provar que
é irracional, podemos supor
que (p/q)3 = 10 com p e q naturais. Teríamos, então, p3
= 2 ×
5 ×
q3 o que nos levaria a um absurdo quando considerássemos
a decomposição em fatores primos de ambos os membros desta igualdade: no
1o. membro, o número de fatores 2 é um múltiplo de 3 (que
pode ser 0), enquanto no 2o. membro o número de fatores 2 será
um múltiplo de 3 mais 1. Este
mesmo tipo de raciocínio serve para provar que raízes n-ésimas de números
naturais ou são inteiros ou são irracionais. De fato, suponha que
seja da forma p/q, q ¹
0. Considerando os desenvolvimentos em fatores primos de p, q e M e a relação
pn = M×
qn, chega-se a um absurdo se, no desenvolvimento de M, houver
algum primo que apareça um número de vezes que não seja múltiplo de n.
Logo M é uma potência n-ésima de um número inteiro e
é um inteiro.
A
resposta é 450. RPM: Vamos
considerar o caso geral, supondo que os feixes de paralelas determinados
pelas retas r e s têm respectivamente n e m retas, estando incluídas
nesses totais as duas retas r e s. (No caso particular do seu problema,
teríamos, n = 5 e m = 10.) Observemos a seguir que um paralelogramo ficará
determinado quando escolhermos duas retas quaisquer do feixe determinado
por r e duas outras retas quaisquer do feixe de paralelas à reta s. Os pontos de encontro dessas retas determinarão os vértices do paralelogramo. Como existem Analogamente, a escolha de um par de retas no feixe determinado por s poderá ser feita de quer par escolhido no segundo para determinar um paralelogramo, o total de O
raciocínio desenvolvido acima, pode ser ilustrado na sala de aula, com um
caso particular simples, por exemplo, n = m = 3, onde será possível
mostrar os alunos os 9 paralogramos determinados. |