Assunto da aula “adição de números relativos”

Márcia de Oliveira Rebello
Rosângela Tortora  
 

O público: cerca de 40 garotos de 11 a 12 anos.

Na classe, 5 fileiras de 8 carteiras.

No início da aula o professor pediu um pequeno deslocamento das carteiras para que a cadafileira correspondesse um corredor, como no esquema ao lado. Em seguida, pediu que uma reta numerada fosse desenhada, com giz, no chão de cada corredor e nela se representassem os números de – 10 a + 10.

O primeiro jogo que o professor ensinou foi o seguinte:

- Um aluno coloca-se na marca do “0”,

- Outro aluno dá uma instrução do tipo “ande – 3”, o aluno que estava no “0” anda até  “ – 3”.

- Outro aluno vai para o “0”, a ordem “ande 5” faz com que ele se desloque até +5.

- Rapidamente todos aprenderam o jogo.

A brincadeira seguinte envolvia 3 alunos de cada fileira (os outros controlavam) e consistia no seguinte:

- um 1o. aluno se colocava na marca do zero,

- um 2º aluno dava as ordens,

- um 3o aluno registrava no quadro negro, dividido em 5 colunas, o que estava sendo feito.

O 2o. aluno dava ordens do tipo: “ande – 2 e depois ande – 4 e diga onde parou”.

O 1o. aluno executava as ordens e dizia: “–6”.

O 3o. aluno escrevia: (-2) + (-4) = (-6). Isto era repetido:

“ande – 3, depois + 5 e diga onde parou” - resposta: +2 – registrava-se:

(-3) + (+5) = (+2)

A brincadeira continuou bastante tempo, com envolvimento total da classe. (Disse-me o professor que, às vezes, dividia cada fileira em 2 times, um time dando as ordens e o outro, executando e registrando os resultados – quando alguém errava, os times trocavam de papel).

Uns 10 minutos antes de terminar a aula, o professor pediu silêncio, dizendo que agora era a vez dele entrar na brincadeira. Ele desenhou no quadro negro a reta numerada.

e perguntou à classe:

“Quanto é – 4 + 7?”

Foi  muito interessante observar o movimento que os garotos faziam com os dedos:

e o grito: +3.

Disse-me o professor que  nas aulas seguintes sempre desenhava  a reta numerada no quadro negro  mas, cada vez menos  alunos precisavam mover o dedo para chegar  ao resultado de uma adição. Aparentemente, os alunos vão percebendo como efetuar as adições sem que jamais o professor precise dar a receita: “sinais iguais, soma e dá o sinal comum; sinais diferentes...”