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Certamente
todos conhecemos o famoso teorema de Euclides,
(Elementos, Livro IX, Prop. 20), sobre a infinidade de números
primos. O teorema e sua belíssima demonstração já foram apresentados e
discutidos em artigos da RPM 11,
pág. 05 e RPM 19, pág. 26. Eventualmente,
poderíamos pensar que, a partir de um certo ponto, todos os números
inteiros seriam compostos. Tal, entretanto, não é o caso, conforme nos
garante o teorema em apreço. Vamos relembrar o argumento da demonstração
de Euclides: Suponhamos
que exista somente uma quantidade finita de números primos, sendo
p
o maior deles. Consideremos, agora, o número
o produto de todos os
primos existentes, acrescido de uma unidade. Esse número, ou é primo, ou
composto. Se for primo, teremos encontrado um número
E, primo, obviamente
maior que p.
Se E for composto, pelo
Teorema Fundamental da Aritmética, E será
fatorado por um primo diferente de 2,
3, 5, ..., p, pois ao ser dividido
por qualquer um destes deixa resto 1.
Em qualquer caso, teremos encontrado um novo número primo, contra
a hipótese inicial. Isso significa, como diz Euclides, que a quantidade
de números primos é maior que qualquer quantidade previamente dada.
Muitos
estudantes do teorema de Euclides acham, inicialmente, que um número como
, usado na demonstração, é
sempre primo, ou ainda que todos os números primos existentes têm essa
forma. Nada disso é verdade. Vamos calcular os números
etc. através da execução
de um pequeno programa feito no Mathematica
(da Wolfram Research, Inc.):
Na
primeira coluna, apenas os números em negrito são primos; os outros são
compostos, mas são fatorados por primos “novos” em relação aos obtidos
nas linhas anteriores, como pode ser visto na segunda coluna. Observamos
que os números
estão em ordem
crescente, podem ser primos ou compostos e não fornecem todos os números
primos menores que um já obtido. Referência
bibliográfica: HEATH,
T. The thirteen books of Euclide’s
Elements. NY, Dover ,
1956.
A
resposta é: depende da razão, q,
da progressão. Se, por exemplo,
, temos o triângulo equilátero.
Se
, temos os triângulos de ângulos
internos 87,22°,
53,04° e
39,74°. Se, porém,
, não há solução. Como
se chega a essa conclusão? Muito simples. Podemos, colocando os lados do
triângulo em ordem crescente e considerando um triângulo semelhante, admitir
que a solução seja um triângulo de lados 1, q e
, sendo
. : Em um triângulo, um lado
é menor que a soma dos outros dois, portanto,
. A
solução dessa inequação do 2o
grau é muito conhecida, pois as raízes são iguais à
maiores ou iguais a 1, temos Determinado
o intervalo de variação de q, vamos determinar
quais são os ângulos internos do triângulo, usando a lei dos cossenos,
, sendo o ângulo interno formado pelo maior e pelo menor lado do triângulo.
Dado
q, podemos determinar
qual será o ângulo entre o menor e o maior lado do triângulo pela equação
(2). Esse ângulo tem também uma limitação de valores. Para
determinarmos qual é essa limitação, vamos rescrever a equação da
seguinte forma:
Temos
uma equação bi-quadrada, que somente terá solução se para
ou, equivalentemente
Como
é ângulo do triângulo, não
pode ser maior que 90° e, portanto
. Há
um caso particular que ainda não foi discutido. Quais são os ângulos
internos de um triângulo retângulo cujos lados estejam em progressão
geométrica e qual é a razão dessa progressão? Para
triângulo retângulo, podemos usar o teorema de Pitágoras:
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