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O colega Ruy Carlos Miritz, de
Caxias do Sul, RS, escreve-nos sugerindo uma
O que se obtém é a regra que, em
geral, é transmitida aos estudantes sem qualquer explicação:
.
RPM: Essa nos parece ser mais
uma justificativa interessante para a regra da divisão de uma fração por
outra, tema de uma das primeiras perguntas que chegaram à Revista em 1983 e
que foi respondida na RPM 3, págs. 40-42. Lá o leitor poderá
encontrar duas outras justificativas da mesma regra.
O
colega Gilder Mesquita, de Pernambuco, envia-nos, entre outras
colaborações, as questões de um concurso para professor de Matemática no
curso fundamental da rede pública da cidade de Olinda, PE e cópia da
contestação que ele e uma colega apresentaram à banca examinadora. A
pendência refere-se a 9 dentre as 30 questões de conhecimento específico.
São questões de múltipla escolha com uma única resposta correta. Dentre as
questões falhas, destacadas pelos colegas, transcrevemos os 4 testes que
apresentam duas alternativas corretas
Questão 17: Sendo a e b números inteiros naturais diferentes de zero
sobre o máximo divisor comum (mdc) e o mínimo múltiplo comum (mmc), é
incorreto afirmar que
A)
mdc(a, b) = 1
a e b são primos entre si.
B)
mmc(a, b) = ab
a ou b é ímpar.
C)
mmc(a, b) = b
b é múltiplo de a.
D)
mdc (a, b) = a
a divide b.
E)
[mdc (a, b)] . [mmc (a, b))] = ab
a e b são primos entre si. (São válidas
as alternativas B e E. O colega pede a anulação desta questão por não ter
resposta única) Questão 27:
Dentre as opções abaixo, assinale a afirmativa incorreta.
A)
Se A e B são conjuntos finitos e não vazios e, A
é um subconjunto próprio de B então, não pode existir uma bijeção
.
B)
Seja X um conjunto finito. Uma função
é injetiva se, e somente se, é sobrejetiva.
C)
Sejam A, B e X conjuntos finitos e não vazios.
Se
e
são bijeções, então
D)
Se A e B são conjuntos finitos e não vazios:
é injetora se, e somente se, o conjunto imagem de f é igual ao conjunto
domínio de f.
E)
Sejam A e B conjuntos finitos e não vazios.
é uma bijeção se, e somente se, f é uma função sobrejetora e
injetora.
(Da maneira como estão enunciadas as
alternativas, a resposta é C e D. O missivista acredita que na alternativa
C, o que se pretendia era afirmar que o número de elementos de A é igual ao
número de elementos de B.)
Questão 38: Dentre as opções
abaixo relacionadas sobre o número z pertencente ao conjunto dos números
complexos, assinale a afirmativa incorreta.
A)
Se
então o módulo de z é igual a um.
B)
Se
então o inverso de z é igual a
.
C)
Se
então o módulo de z é igual a 2.
D)
Se
então z = 3 (cos/4
+ i . sen/4
)
E)
Se
então o seu quadrado é igual a
.
(Ele observa que a resposta seria E como indicado no gabarito se, na
alternativa C, z fosse igual a
).
Questão 39:
Marque a afirmativa incorreta.
A) As
retas
e
são paralelas.
B)
As retas
e
são perpendiculares.
C)
A reta que passa pelo ponto
e tem inclinação igual a 4 possui uma equação dada por
D)
Os pontos
e
são vértices de um quadrado cuja diagonal tem comprimento igual a 578
unidades de comprimento.
E)
Os pontos
e
são vértices de um retângulo.
(As afirmativas D e E são incorretas.)
RPM: Reconhecemos ser difícil evitar completamente os erros em provas
com testes de múltipla escolha. O que nos chamou atenção é que os quatro
testes falhos acima pediam que se assinalasse a afirmativa incorreta.
Tais testes obrigam a banca a elaborar 4 proposições verdadeiras e 1
falsa, enquanto que nos testes que pedem a alternativa correta, a banca
precisa elaborar 4 proposições falsas e 1 verdadeira. Cometendo-se um pequeno erro numa proposição verdadeira é bem possível que ela fique falsa (invalidando um teste do primeiro tipo), enquanto que um pequeno erro numa proposição falsa dificilmente a transformará numa verdadeira. Isso sugere que questões que pedem a afirmativa incorreta requerem da banca elaboradora um cuidado redobrado.
O colega Roberto Stenio A.C. de
Albuquerque, escreve-nos preocupado com a participação de um professor
de Matemática em programa de televisão, mostrando um processo de extração de
raiz quadrada de números de 4 algarismos, com promessa de métodos que
facilitam a aprendizagem. Em sua carta o colega manifesta sua preocupação
com a influência negativa que tal exposição possa ter sobre nossos
estudantes.
RPM: De fato, o referido
programa chamou a atenção de vários de nossos alunos. Vale a pena aproveitar
a curiosidade que ele desperta para mostrar aos estudantes a necessidade de
verificar a validade dos processos utilizados nos cálculos e para fazê-los
perceber que a compreensão de um processo vai além de saber desenvolvê-lo. No caso em questão, o procedimento pode levar a um resultado falso. Tanto que a verificação do resultado faz parte do processo todo. Não assistimos ao programa nem conseguimos acessá-lo na Internet, mas uma de nossas alunas levou o problema para a sala de aula. Tratava-se de encontrar a raiz quadrada de 1024. O professor na TV abandonava o algarismo da dezena e tirava a raiz do algarismo da unidade. O algarismo da unidade da raiz seria este ou a diferença entre ele e 10. A seguir, tirava a raiz aproximada das centenas, no caso, 10, obtendo 3 para algarismo da dezena da raiz procurada. A escolha entre 32 e 38 ficava por conta da comparação das centenas do número de partida com o produto do 3 (algarismo da dezena da raiz) por seu sucessor. Se 10 (centenas do número de partida) fosse maior do que esse produto o algarismo da unidade deveria ser o maior entre 2 e 8. Como, no caso, então o algarismo da unidade deve ser o menor deles, obtendo-se como “candidato” a raiz o número 32. O processo termina com o cálculo do quadrado de 32, pela soma indicada a seguir:
O leitor pode perceber que este método
nos levaria ao mesmo resultado se o número de partida tivesse qualquer outro
algarismo nas dezenas, por exemplo se partíssemos de 1034, ou 1094, ou
ainda de 1134. Tais observações nos dão a oportunidade de mostrar aos nossos alunos que não podem aceitar afirmações sem justificativas plausíveis, ainda que estas
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