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Lendo a RPM 47, deparei-me com satisfação com o Problema do Tesouro. Já o conhecia há muito tempo, do livro Trigonometria e Números Complexos, da SBM (esse livro usa como referenciais uma pedra, uma caverna e a clássica palmeira). Lembramos que o ponto interessante do problema é que a posição do tesouro não depende de onde se situava a palmeira. Em termos mais simbólicos, qualquer que seja a palmeira P do plano da ilha, o roteiro descrito pelos piratas localiza o tesouro. Mais ainda, a posição do tesouro só depende da localização das duas pedras. Vamos mostrar como visualizar o problema utilizando um instrumento computacional dinâmico – Cabri-Géomètre II. As figuras foram obtidas seguindo o roteiro:
a) Tome dois pontos, que representarão as pedras 1 e 2. b) Escolha um ponto qualquer do plano, para designar a palmeira. c) Trace um segmento que liga a palmeira à pedra 1. Construa um segmento perpendicular de mesmo tamanho, no sentido positivo. Com isso você obteve a 1a marca. d) Proceda analogamente com a palmeira e a pedra 2 para obter a 2a marca. A diferença neste caso está no segmento perpendicular, que deve ser tomado no outro sentido. e) Trace o segmento que liga as marcas 1 e 2, e tome o seu ponto médio. Aí está o tesouro, para esta configuração! f) Vendo para crer: Para se convencer (ou aos seus alunos) que a posição da palmeira é irrelevante, mova esse ponto ao longo do plano. Obteremos uma infinidade de figuras, todas elas com uma característica comum: A posição do tesouro é a mesma.
Para finalizar, gostaríamos de apelar para que os leitores curiosos apresentassem uma solução do problema, utilizando apenas a Geometria Plana elementar. O problema do tesouro poderia ser assim formulado: Problema: Sejam C um círculo e , dois pontos diametralmente opostos. Por um ponto P do plano trace segmentos e e seus respectivos segmentos congruentes e perpendiculares e , um para direita e outro para esquerda. Seja T o ponto médio de . Mostre que o ponto T pertence ao círculo C (independentemente do ponto P) e o triângulo é isósceles. (Veja figura na página seguinte.)
Nota da RPM: Membros do Comitê
Editorial da RPM já têm três ou quatro soluções diferentes do problema
utilizando Geometria Plana. Aguardamos as soluções dos leitores.
A RPM já publicou nos números 39 e 41 vários métodos de construção de quadrados mágicos. Apresentamos a seguir mais um interessante método – método das progressões aritméticas – para construção de quadrados mágicos de ordem múltipla de 4. O método consiste no seguinte: 1. No quadrado de ordem n, o número 1 será o último número da primeira linha, enquanto que o número n será o primeiro da primeira linha. (ver figura). O maior número, , do quadrado mágico (16 para ; 64 para ; 144 para ; etc.) ocupa a primeira posição da última linha.
2. No quadrado de ordem n a diagonal maior crescente forma uma PA de razão (para , a razão é - 5 e para a razão é - 9). E a diagonal maior decrescente forma PA de razão (para , a razão é 3 e para a razão é 7). 3. Os números da primeira e última linha são distribuídos obedecendo a uma simetria, ilustrada a seguir, à esquerda, no quadrado de ordem 8 (e 12 na próxima página).
Quadrado 12 x 12
4. Começando em elementos alternados da primeira linha, a partir do segundo, todas as diagonais que possuem a mesma direção que a diagonal maior crescente formam PA’s de razões alternadamente iguais a e (para as razões são 9 e ). 5. Começando em elementos alternados da última linha, a partir do terceiro, todas as diagonais que possuem a mesma direção que a diagonal maior crescente formam PA’s de razões alternadamente iguais a e (para as razões são 9 e ). 6. Começando em elementos alternados da primeira linha, a partir do terceiro, todas as diagonais que possuem a mesma direção que a diagonal maior decrescente formam PA’s de razões alternadamente iguais a e (para as razões são e 7). 7. Começando em elementos alternados da última linha, a partir do terceiro, todas as diagonais que possuem a mesma direção que a diagonal maior decrescente formam PA’s de razões alternadamente iguais a e (para as razões são e 7). Deixamos para o leitor completar o quadrado de ordem 12 acima seguindo as regras anteriormente descritas. É um exercício interessante montar os quadrados de ordem 16, etc.
NOTA sobre Painel I – Uma equação motivadora – da RPM 46, enviada pelo leitor Prof. Paulo Chixaro (FATEC – Ourinhos):Na seção Painéis da RPM 46, o leitor Gilder da Silva Mesquita apresentou a equação irracional , cuja solução foi obtida elevando-se ambos os membros ao quadrado e depois elevando-se novamente, chegando-se a . Nesse ponto o autor colocou “E agora, José ?” e resolveu o problema através de engenhosas substituições. Eu gostaria de dar uma solução que quase sempre é um grande desafio: usando simplesmente fatoração. Vamos lá: Desdobrando-se alguns termos da expressão, teremos:
Colocando-se em evidência x2 no 1 o, 2 o e 4 o termos, 9x no 3 o, 5 o e 7 o termos e 18 no 6 o, 8 o e 9 o termos, teremos:
ou ainda
que é equivalente a
As raízes dessa última equação são obtidas facilmente:
Substituindo-se na equação dada, somente x = 6 é solução.
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