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Dizemos que um ponto B divide um segmento AC em média e extrema razão quando .
A divisão de um segmento em média e extrema razão já aparece no Livro VI de Euclides e retângulos áureos são encontrados com freqüência nas esculturas e obras arquitetônicas da Grécia antiga ([1]). Por esse motivo a razão áurea é normalmente atribuída aos gregos. Ao que parece, ela já estava presente nas pirâmides do antigo Egito! A relação mostra que um triângulo de lados 1, e é um triângulo retângulo com hipotenusa e catetos e . Definição 1. Um triângulo é um triângulo áureo quando ele é semelhante ao triângulo retângulo com hipotenusa e catetos 1 e . É fácil demonstrar o seguinte: Proposição 1. Um triângulo retângulo com hipotenusa a e catetos b e c ( ) é áureo se
(P): A área de cada face triangular é igual à área de um quadrado cujo lado é a altura da pirâmide. Com a notação da definição 2, uma pirâmide reta de base quadrada satisfaz a Proposição 2. Uma pirâmide reta com base quadrada satisfaz a propriedade (P) se e somente se ela for uma pirâmide áurea. Demonstração: Suponhamos em primeiro lugar que a pirâmide é áurea, isto é, que o
Temos: isto é, a pirâmide satisfaz a propriedade (P). Reciprocamente, suponhamos que a pirâmide satisfaça a propriedade (P). Das relações
Em [3] encontram-se as seguintes dimensões (em metros) para as pirâmides de Quéops (base quadrada), Quéfren (base quadrada) e Miquerinos (base retangular):
Para Quéops temos
Miquerinos também não é (sua base não é sequer quadrada). A história conta que Tales de Mileto (624-548 a.C.), com a sombra de um bastão, determinou a altura das pirâmides do Egito e, talvez, quem sabe?, tenha verificado que a pirâmide de Quéops satisfaz (P)! Como curiosidade, o leitor pode calcular, usando as dimensões dadas, os volumes das pirâmides e verificar que o volume de Quéops é maior do que a soma dos volumes de Quéfren e de Miquerinos. O leitor também pode verificar que, se as três pirâmides tivessem bases quadradas e fossem áureas (o que “quase” acontece), então, os lados das bases, e , e as alturas, e , satisfariam:
Referências bibliográficas [1] ÁVILA, Geraldo. Retângulo áureo, divisão áurea e seqüência de Fibonacci, RPM 06 (1985), págs. 9-14. [2] EVES Howard. Tópicos de História da Matemática - Geometria, São Paulo: Editora Saber Atual, 1994, págs. 42-45. [3] LEHNER, Mark. The complete pyramids. London: Editora Thames and Hudson, 1997. |