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Um leitor do Ceará pediu que a RPM provasse: . RPM: Provar essa desigualdade equivale a provar que , ou, dividindo a
Usando a fórmula do binômio de Newton e juntando os termos semelhantes, obtém-se: .
Um leitor enviou o que ele chamou de “dúvida cruel”: Gostaria de saber de onde surgiu e por que a palavra AVOS para denominadores maiores do que 10. RPM: A palavra avos é derivada da terminação de oitavo (oit’avos) para indicar parte alíquota. (A resposta foi dada por Noé Ribeiro, que cita como fontes o Dicionário de questões vernáculas, de Napoleão Mendes de Almeida, o Dicionário Aurélio e o Minidicionário Sacconi.)
Um leitor de Curitiba encontrou no site da UERJ o seguinte problema:
Uma linha poligonal fechada de três lados limita um triângulo de perímetro . Se ela gira em torno de um dos lados, gera uma superfície de área S igual ao produto de pelo comprimento da circunferência descrita pelo baricentro G da poligonal. A figura mostra a linha (ABCA) que dá uma volta em torno de BC. A. Esboce a figura e indique o cálculo da área de sua superfície que é igual a B. Calcule a distância r do baricentro G dessa linha ao eixo de rotação. Diz o leitor: Usando a definição do enunciado, encontrei para a parte B o valor 1,5, que é a resposta da UERJ. No entanto, resolvendo analiticamente e geometricamente, encontrei o RPM: Não há erro. O que acontece é o seguinte: Triângulo pode ser entendido como uma região do plano, ou pode ser entendido como uma reunião de 3 segmentos.
Triângulo como região do plano Triângulo como linha poligonal O baricentro da “região triangular” é um ponto G cuja distância ao cateto de comprimento 3 é 4/3: basta observar que, escolhido um sistema de coordenadas com os eixos ao longo dos catetos do triângulo, as coordenadas dos 3 vértices serão (0, 0), (4, 0) e (0, 3) e, sendo a abcissa do baricentro a média aritmética das abcissas dos vértices, a abcissa de G é (0 + 4 + 0)/3 = 4/3. O baricentro da “linha poligonal triangular”, mencionado no problema, é um ponto G cuja distância ao cateto de comprimento 3 é 3/2. Pode-se obter esse último resultado sem usar a fórmula proposta no problema, da seguinte maneira: O baricentro de um segmento (suposto de densidade uniforme) é o seu ponto médio e a “massa” atribuída a esse centro é proporcional ao seu comprimento. No caso do problema proposto, supondo os vértices do triângulo com coordenadas (0,0) , (4,0) e (0,3) :
. A “fórmula” dada no problema é um dos teoremas de Pappus. Muitos livros de Cálculo trazem os dois teoremas de Pappus, um referente a volume de sólidos e outro referente a área de superfícies.
Um leitor do Rio de Janeiro escreveu em março: Sabemos que os números e e são irracionais. E quanto à soma + e e ao produto e ? RPM: Recentemente ficamos sabendo que se trata de um problema aberto. Ninguém, por enquanto, sabe provar que os números acima são, ou não, racionais. Mas o professor J. A Breves Filho deu um argumento muito simples e elegante, mostrando que pelo menos um desses números é irracional. Disse ele: Se e fossem racionais, e e seriam soluções da equação . Mas isso é absurdo, pois e e são transcendentes, isto é, não são soluções de nenhuma equação algébrica com coeficientes racionais.
A seqüência de Fibonacci (ver RPM 45) é definida pela fórmula de recorrência
para todo . É, portanto, a seqüência dada por 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, ... . Um leitor de São Paulo nos pede para verificar as duas propriedades algébricas abaixo e interpretá-las geometricamente. a) b) RPM: Vejamos inicialmente as provas destas identidades. Como para todo , segue que
Somando membro a membro, obtemos , estabelecendo a). Por outro lado, de modo que para todo . Assim,
Somando membro a membro, chegamos à soma procurada . Uma possível interpretação para essa identidade é a decomposição de um retângulo de lados e em n quadrados de lados . Veja na figura abaixo uma situação particular.
Multiplicando-se ambos os membros de b) por p, obtemos . O lado esquerdo representa a soma das áreas de n círculos de raios . O lado direito é a área de uma elipse de semi-eixos e .
No retângulo anterior construímos a espiral composta por arcos de 90o de circunferências cujos raios são os termos consecutivos da seqüência de Fibonacci.
Multiplicando ambos os membros de a) por obtemos |