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Fui assessor de uma empresa estatal que precisava
desapropriar enorme área rural. Depois de muito discutir com os sitiantes e mini
fazendeiros que iam ter suas terras desapropriadas,
Não sei o que aconteceu por causa disso, pois todos
os proprietários das fazendolas e dos sítios Aí descobri que acima da Matemática e Física existe uma coisa chamada “aspecto humano”, fato que, em geral, nós, engenheiros, esquecemos.
Faz muitos anos. Um jovem engenheiro de
origem interiorana fez parte de uma comissão de licitação para escolher uma
firma que iria fazer desenhos de loteamentos da cidade de São Paulo, no esforço
de regularizar loteamentos clandestinos. Para contratar a firma de desenhos,
incluiu-se no edital em preparação uma série de exigências de praxe, como
capital social, prova que o titular da firma estava em dia com o serviço
militar, etc. Na hora de fixar a exigência “experiência anterior”, perguntou-se
ao engenheiro qual área de desenho
dos loteamentos a firma deveria já ter executado. O pobre do engenheiro, sem
nenhuma experiência em “desenho de loteamentos”, pensou e chutou um número
redondo: - 10 km2. Por que 10? Nenhuma razão, mas pelo menos atendia ao sistema decimal. E o edital saiu com essa exigência. Mal saiu, choveram reclamações de protecionismo e direcionamento da concorrência. Nenhuma firma dizia ter feito nada próximo a essa área de desenho. Talvez fosse uma malandragem da comissão de concorrência. Acuado pelas acusações, o jovem engenheiro, então, imaginou que uma área de 10 km2 é algo como um quadrado de lado 3,1 km e colocou no mapa da cidade de São Paulo um quadrado com essa medida, na escala do mapa, com um dos vértices no centro da cidade. A área resultante era simplesmente um monstro. Aí o engenheiro lembrou que, tendo nascido e sido criado no interior, três quilômetros na área rural é uma distância mínima, mas em uma área urbana é uma grandiosidade. O velho hábito de fumar cachimbo deixa a boca torta.... O edital foi revisto e a nova exigência caiu para 0,5 km2, algo bem mais razoável.
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