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Um licenciando em Matemática, de São Paulo, pede informações sobre números transcendentes. RPM: Desde a antigüidade sabia-se que existem números que não podem ser escritos como quocientes de dois inteiros, isto é, não são números racionais. é o exemplo clássico; embora irracional, é solução da equação . Números que são soluções de equações polinomiais do tipo , com inteiros, , , chamam-se números algébricos. Sempre se desconfiou que existiam números que não são soluções de equações como a acima. Receberam o nome de números transcendentes, pois, segundo Euler, “transcendem o poder dos métodos algébricos”. Não se conhecia nenhum número transcendente até 1844, quando Liouville construiu uma classe de números e provou, pela primeira vez, que eles eram transcendentes. São os chamados números de Liouville:
onde são inteiros de 1 a 9. A dificuldade está em provar que tais números não podem ser soluções de equações polinomiais. Cerca de 30 anos mais tarde, Cantor demonstrou que os números algébricos são enumeráveis e que os números reais não o são, provando assim que números transcendentes existem e que, num certo sentido, há “mais” números transcendentes do que algébricos, embora a demonstração feita por Cantor não mostre nenhum deles. Em 1873, Hermite demonstrou a transcendência de e, e em 1882 Lindemann provou a transcendência de .
Um dos 23 famosos problemas propostos por
Hilbert, em 1900, foi decidir se
é algébrico ou transcendente. O problema foi resolvido por
Gelfond, em 1934, ao provar que
é transcendente se
é algébrico, diferente de 0 e 1, e
é algébrico e não racional. Segue-se desse resultado, por
exemplo, que log 2 é transcendente ( e, se log 2 fosse algébrico, 2 seria transcendente) e,
também, que é transcendente ( ). Não se sabe ainda se
ou , entre outros, são algébricos ou transcendentes.
Um leitor de São Paulo escreveu: Resolvi a equação cotgx - sen2x = 0 de dois modos e as respostas não bateram:
Por isso, na primeira resolução será necessário examinar, separadamente, o que acontece com os múltiplos (inteiros) de /2, o que fará aparecer a solução aparentemente perdida.
Um leitor de Maceió pergunta: Somos capazes de reconhecer diretamente que 5, 13, ou mesmo 127 são números primos. Mas como convencer um aluno do ensino médio que 26972593 1 é um número primo? RPM: Para eles, alunos, e para a maioria de nós, professores, é uma questão de fé. Como está escrito na RPM 41, pág. 36, a procura desses primos de Mersenne é uma área de pesquisa em Matemática e requer a criação de softwares específicos. Somente especialistas em Matemática e Computação conseguem provar que tais números, quando muito grandes, são primos.
O mesmo leitor de Maceió observou que, por exemplo, 5 = (1 + 2i) (1 2i)e pergunta: quantos e quais são os números primos que podem ser escritos como um produto de números complexos conjugados? RPM: Infinitos. Observando que , a sua pergunta fica: quantos e quais números primos são soma de dois quadrados?
RPM: Seja a a medida das arestas do tetraedro ABCD. Temos:
Logo, MNPQ é um losango. Para
mostrar que é um quadrado, basta mostrar que os ângulos internos são retos. Ora,
no tetraedro regular as arestas opostas são ortogonais (ver
RPM 15, pág. 59); logo,
BD é ortogonal a AC. Como MN // BD e MP //
AC, temos , como queríamos provar.
O Prof. Sérgio Alves lembrou que a seção quadrada do tetraedro do problema anterior é a chave da solução do seguinte quebra-cabeça.
Desenhe e recorte em uma cartolina quatro planificações iguais às desenhadas acima.(A figura pode ser aumentada, mantendo-se as proporções entre as medidas dos segmentos.) Construa quatro sólidos dobrando e colando as regiões sombreadas. Junte-os de modo a formar um tetraedro regular. |