Prezado professor de Matemática:

Nesta nova seção da revista pretendemos apontar erros e imprecisões que se encontram em textos didáticos de Matemática.

Não negando a importância e as vantagens de se adotar um livro-texto, nossa intenção é chamar sua atenção para a necessidade de examinar com espírito crítico os textos disponíveis no mercado.

Inaugurando: as frases a seguir, assinaladas pelos marcadores e entre aspas, foram extraídas de um texto didático para o ensino médio.

     O quadro abaixo fornece um  “Exemplo de uma relação que não é função”:

Nome
Mês do nascimento

Pedro

Paula

Ana

Clara

Júlio

Agosto
Janeiro
Setembro
Setembro
Janeiro

 

RPM: A relação representa sim uma função; só que ela não é injetora.

     “Na função nula a expressão    fica reduzida a  ,  pois   e . O gráfico se reduz a um único ponto, que é a origem.

RPM: O gráfico da função nula é a reta representada pelo eixo Ox.

RPM: Embora a igualdade final esteja correta, a frase leva à confusão que devemos evitar (ver na RPM 38 o artigo Equações e inequações com radicais do Prof. Geraldo Ávila) sobre o duplo sinal da raiz quadrada.

     “A figura mostra um “floco de neve” da obra do artista plástico von Koch, obtido a partir de uma seqüência de transformações feitas nos lados de um triângulo eqüilátero.”

RPM: Helge von Koch é um matemático sueco de renome, conhecido principalmente por seus trabalhos na teoria de sistemas com infinitas equações lineares e na teoria de matrizes derivadas desses sistemas. A “curva de Koch” a que o texto didático se refere foi apresentada por ele em um artigo de pesquisa matemática em 1904.

     “A medida linear de um arco AB é o seu comprimento, ou seja, a distância linear entre suas extremidades. A medida angular de um arco AB é o número real a, não-negativo, razão entre o arco AB e um arco unitário u, não-nulo e de mesmo raio.”

RPM: Você entendeu a diferença?

E, por enquanto, ficamos por aqui.

 

VOCÊ SABE QUEM MATOU?

Um assassinato foi cometido por uma única pessoa de um grupo de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e Tarso.

Entre eles apenas um mente e, nos depoimentos, afirmaram:

Armando: "Sou inocente".
Celso: "Edu é o culpado".
Edu: "Tarso é o culpado".

Juarez: "Armando disse a verdade".

Tarso: "Celso mentiu".

Quem é o culpado?

 

(Concurso para Fiscal do Trabalho, 1998.)