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Escreve-nos o leitor Antônio G. Rios, de Contagem, MG, a respeito de uma solução enviada à RPM por Amadeu C. de Almeida (RPM 38, pág. 60) para a equação . Ele gostaria de conhecer a solução dada por Amadeu e pergunta qual o erro na seguinte resolução: da equação se tira , de onde, fazendo , obtém-se simultaneamente: e . Dessas duas sai e, daqui, , RPM:
A solução
apresentada aqui não está errada, mas sim incompleta. Ela exige uma
certa análise. No seu desenvolvimento são introduzidas novas soluções
e abandonadas outras. Isso porque algumas das passagens acima valem num só
sentido. As funções na equação dada exigem que se tenha
e
, enquanto as funções da primeira equação algébrica considerada podem
ser definidas para qualquer
. E em
deve-se ter
, o que se perde depois ao se
elevar ambos os membros ao quadrado. Por outro lado, na passagem de
para
, foi abandonada a
possibilidade de
, que daria
, que nos levaria a
(também com
possibilidade de estarmos introduzindo soluções estranhas ao problema
dado), que por sua vez nos leva à equação
ainda
escolher dentre estas quatro soluções quais as que resolvem o problema
dado e
porque
se trata de um número maior que 2,5,
não atendendo à condição 5
x2
0.
Resta
parte da relação algébrica:
. Elevando ao quadrado ambos
os membros e fazendo
5 = y se chega à equação
em x
e y: (y
x2)2
= y x, que pode ser considerada
como uma equação do 2o grau em y,
com coeficientes dependentes de
x.
isto é: y = x2 + x ou y = x2
x +1. Como já se sabe
que y = 5 é solução, essas equações
se reduzem às seguintes equações do 2o grau em
x : x2
+ x 5 = 0
ou x2
x
4 = 0 que são exatamente as
mesmas encontradas antes pelo processo do colega Antônio Rios. Como nesse
processo também foram efetuadas operações algébricas que poderiam ter
introduzido soluções estranhas ao problema de partida, cabe, então, a
mesma análise e se chega à mesma conclusão anterior. A
respeito da introdução ou exclusão de soluções durante um processo de
resolução, há um interessante artigo na RPM
19 (pág. 15). Observe-se que, em casos como esses, uma vista d’olhos no
gráfico das funções envolvidas na equação pode dar mais segurança na
eliminação das soluções estranhas ou na busca de soluções que
eventualmente se percam no processo. Isso nos leva à última questão
posta em PS pelo colega A. Rios: “É
possível resolver algebricamente a equação
? ”. A resposta a essa
pergunta é não e uma
justificativa desse fato se encontra na seção Conceitos e controvérsias,
de 1983 (RPM
3, pág. 18).
A
respeito do quadro "A fórmula é de Bhaskara?" (RPM 39, pág.
54), o colega Wagner Cunha Fragoso, de Santa Maria, RS, escreve citando os
livros de Boyer, C. B. (História da
Matemática, Editora Edgard Blücher, 1996) e, Garbi, G. G. (O
romance das equações algébricas, Makron Books, 1997) para lembrar a
importância de Bhaskara na divulgação e utilização do processo que dá
a solução da equação do 2o grau. Conclui que não vê
mal em que a fórmula utilizada atualmente continue sendo chamada em nosso
país "fórmula de Bhaskara", sugerindo que isso seja encarado
como uma singela homenagem ao mais notável e importante matemático hindu
do século XII. Lembra que o modo de calcular a área do triângulo em função
das medidas de seus lados, hoje registrado pela fórmula dita de Heron (~
75 d.C.), já era conhecido de Arquimedes (~ 200 a.C.). Ele observa ainda
que o autor da nota da RPM
usa a letra
na fórmula da solução da equação do 2o grau,
considerando esse uso outra peculiaridade brasileira, e gostaria de saber
data e autor da adoção dessa maneira de enunciar a fórmula. Também a
colega Léa dos Santos, de Santos, SP, escreve contando que muito antes de
1960 já ouvia falar na fórmula de Bhaskara e gostaria de saber qual o
primeiro autor, brasileiro ou não, que a chamou de fórmula de Bhaskara.
Continuam
chegando à RPM mais figuras que ajudam a
calcular. O colega Dorival Antônio de Mello, de São Paulo, SP, enviou
uma figura parecida com a figura da RPM
39 para calcular a soma dos quadrados dos primeiros
n naturais. Para
o cálculo da soma dos cubos, entretanto, ele usa figura diferente daquela
sugerida no artigo. A colega Andréa Zander Vaiano, de Niterói, RJ, envia
outras; dentre elas, uma
Alguns
leitores que compraram números atrasados da RPM
perguntam sobre o programa MPP mencionado num artigo da RPM 26 de 1994. RPM: Informações sobre a
versão atual do MPP, que é mais completa do que aquela mencionada no
artigo da RPM
26, podem ser encontradas no endereço:
http://www.usna.edu/MathDept/mpp/mpp.html/
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