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A fórmula é
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O hábito de dar o nome de Bhaskara para a fórmula de resolução da
equação do segundo grau se estabeleceu no Brasil por volta de 1960. Esse
costume, aparentemente só brasileiro (não se encontra o nome de Bhaskara
para essa fórmula na literatura internacional), não é adequado pois:
Problemas que recaem numa equação do segundo grau já apareciam, há quase
quatro mil anos atrás, em textos escritos pelos babilônios.
Nesses textos o
que se tinha era uma receita (escrita
em prosa, sem uso de símbolos) que ensinava como proceder para determinar as
raízes em exemplos concretos com coeficientes numéricos.
Bhaskara que nasceu na índia
em 1114 e viveu até cerca de 1185 foi um dos
mais importantes matemáticos do
século 12. As duas coleções de seus trabalhos mais conhecidas são Lilavati
("bela") e Vijaganita (''extração de raízes"),
que tratam de aritmética e
álgebra respectivamente, e contêm numerosos problemas sobre equações
lineares e quadráticas (resolvidas também com receitas
em prosa), progressões
aritméticas e geométricas, radicais, tríadas pitagóricas e
outros.
Até
o fim do século 16 não se usava uma fórmula para obter as raízes de uma
equação do segundo grau,
simplesmente porque não se representavam por letras os coeficientes de uma
equação. Isso começou a ser feito a partir de François Viète, matemático
francês que viveu de 1540 a 1603.
Logo,
embora não se deva negar a importância e a riqueza da obra de
Bhaskara,
não é correto atribuir a ele a
conhecida fórmula de resolução da equação do 2a grau.
Fontes:
Boyer, C. B. História
da Matemática. São Paulo,
Edgar Blucher, 1974,
Eves, H. Introdução à
História da Matemática. São
Paulo, Editora da Unicamp, 1995.
A Matemática do Ensino Médio.
Coleção do Professor de Matemática,
SBM, 1996
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