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O colega Régis de Sant’Ana, de Curitiba, PR, não achou o octógono
da pág. 33 da RPM
35 tão perverso assim e notou nele peculiaridades curiosas:
há
simetria em relação às diagonais que contêm o centro do quadrado;
os
8 lados são iguais e também são iguais os ângulos opostos; os triângulos retângulos cujas hipotenusas ligam um vértice do quadrado ao ponto médio de um lado e não têm lados em comum com o quadrado são semelhantes ao triângulo de lados 3, 4 e 5. Escreve-nos também o colaborador e colega Hideo Kumayama, de São
Bernardo do Campo, SP, dizendo preferir chamar o tal octógono de genial e
não de perverso, pois é possível calcular várias medidas de ângulos e
segmentos que se formam, mostrando que o octógono não é regular de dois
modos: verificando que seus ângulos internos não são todos congruentes
entre si ou constatando que há duas diagonais que passam pelo centro do
quadrado e que não são congruentes, uma delas é a metade do lado do
quadrado de partida e a outra é a terça parte da diagonal desse
quadrado. Sugere, então, um outro problema ao leitor: obter por meio de
dobras um octógono regular a partir de uma folha quadrada de papel.
Escreve-nos o colega
Maurício Ary
Jalom, do Rio de Janeiro, RJ, contando que descobriu um deslize num
problema enunciado em livro de Matemática para a 8a série.
Pedia-se: “no trapézio retangular abaixo, ache o raio do círculo nele
inscrito”.
Motivado
por esse engano, o colega encontrou o seguinte resultado: Em todo trapézio retângulo circunscritível, a altura deve ser a média
harmônica entre as bases. Isto é, se um trapézio retângulo de base
maior x,
base menor y e altura
h
é circunscritível, então:
. E a partir daí analisa vários trapézios de
bases 15 e 20:
RPM: Agradecemos ao colega a colaboração e reiteramos aqui a
observação que se encontra na RPM
35, pág. 58, quanto à necessidade de cuidado na verificação da
compatibilidade dos dados numéricos em problemas em geral e nos de
Geometria em particular.
Escreve-nos
o estudante e colega Vauvenargues Miguel, de Caucaia, CE, perguntando
sobre as diversas áreas de mestrado e doutorado dentro da Matemática e
Informática. RPM: São
muitas essas áreas. Mesmo nos restringindo só ao Brasil, ainda assim será
difícil responder a essa questão. Em linhas gerais, pode-se dizer que no
Brasil existem cursos de mestrado em áreas da Geometria, Análise e Álgebra,
Equações Diferenciais e Sistemas Dinâmicos, Lógica e Fundamentos e,
ainda, em áreas de Computação, de Estatística e Probabilidade e, mais
recentemente, em Educação Matemática. Dependendo do centro a que o
estudante se dirija, vai encontrar especialistas em algumas subáreas
dessas citadas. Centros que
oferecem cursos de mestrado em Matemática já são muitos no Brasil.
Pedindo aos leitores que completem a lista com algum centro do qual não
temos conhecimento, citamos alguns: o IMPA (mesmo endereço da SBM), as
PUCs (a do Rio tem áreas de Matemática e de Educação Matemática, a de
São Paulo tem Educação Matemática), as universidades estaduais de São
Paulo -
USP, com campus em São Carlos e em São Paulo (este último oferece
mestrado e doutorado em Matemática (IME) e em Ensino de Ciências e Matemáticas
(FE)), UNICAMP e UNESP (que nos campus de Rio Claro tem a área de Educação
Matemática), muitas das universidades federais, entre elas a do Ceará,
seu Estado, mas também outras como a de Pernambuco, Minas Gerais, Rio de
Janeiro (que tem áreas de Matemática e de Educação Matemática),
Fluminense, São Carlos, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, e também a
Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, que tem a área de Educação
Matemática. Quase todos esses centros têm atividades nos meses de verão
e começam a receber as propostas dos candidatos em agosto ou setembro de
um ano para início do curso no ano seguinte. Quanto ao doutorado, o número
de centros em que ele é oferecido é bem menor, exigindo quase sempre que
o candidato já tenha mestrado. Enquanto faz o mestrado, é possível
conhecer melhor quais são esses centros e quais as áreas que cada um
pode oferecer.
O colega da carta anterior ainda nos pergunta sobre um problema
apresentado por um aluno: que número
é menor que 60 na mesma proporção em que é maior que 50? O
problema está mal formulado, pois, em primeiro lugar, proporção já é
uma igualdade de razões. Talvez o aluno quisesse dizer na mesma razão,
mas ainda assim seria preciso dizer quais as razões (ou quocientes) que
ele gostaria que fossem iguais. O número
x = 55
está entre
50 e 60 e as diferenças
x
50
e
60
x
são iguais, mantendo,
portanto, as mesmas
A princípio, nos pareceu uma carta comum, esta que nos chega de uma
colega de Recife, PE. Ela nos conta que por anos recebeu a
RPM,
utilizou algumas das sugestões em sala de aula... Era formada na
Universidade e com pós-graduação em Educação Matemática. Por muitos
anos foi professora em escola estadual (pelo visto, bastante dedicada, com
garra, interesse, tendo recebido muitos elogios ...), como tantas outras
acumulando suas funções com as de esposa, dona de casa, mãe, etc. Até
que, aos 43 anos, se aposentou, esperando poder utilizar sua experiência
de tantos anos para dar aulas em escolas particulares a fim de
complementar o baixo salário e manter-se profissionalmente ativa.
Continuou a colecionar a Revista do Professor de Matemática com essa intenção e espalhou
seu currículo por diversas escolas e aguardou... Isso foi em 1991 e, até
hoje, nada! Ela já está pensando em mudar de ramo, deixando para trás
toda a bagagem acumulada, querendo até mesmo suspender a assinatura da
Revista e deixá-la para quem esteja dando aulas. RPM: E pensar que tantos estão sem professores de Matemática e
que outros há que lecionam sem interesse algum... Quanto à nossa colega
pernambucana, que não quis procurar escolas particulares enquanto era
mais moça, para se dedicar à família e ao seu aperfeiçoamento,
esperamos que tenha encontrado um modo de aproveitar todo esse acervo de
conhecimento e vontade de ensinar. Ao mesmo tempo, aproveitamos o seu
desabafo como alerta a outras professoras que estejam ainda no meio do
caminho! Nós podemos nos aposentar mais cedo porque nossa profissão é
classificada como “penosa”. Quando é que nossos legisladores vão
compreender que não é nossa profissão que é penosa, mas nossos salários
é que o são?
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