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Ocasionalmente recebemos
determinados problemas que fazem parte do chamado “folclore” da Matemática.
São questões que em geral apresentam pequenos desafios envolvendo situações
do cotidiano: idades e datas de nascimento, taxas de juros, distâncias e
velocidades, etc. Em resposta a alguns leitores selecionamos dois de tais
problemas.
Paulo viaja por uma
estrada com velocidade constante. Num determinado instante passa por um
marco que contém 2 algarismos.
Uma hora depois passa por outro marco que contém os mesmos 2
algarismos, mas em ordem invertida. Uma hora depois passa por um terceiro
marco que contém os mesmos 2 algarismos,
separados por um zero. Com qual velocidade Paulo viaja? RPM: Suponha que o primeiro marco indica ab, que corresponde a 10a + b quilômetros. O segundo marco registra, portanto, ab , que corresponde a 10b + a quilômetros. No terceiro marco uma das letras a ou b representará o algarismo das centenas. Assim o número de quilômetros poderá ser escrito como 100a + b ou 100b + a . Sendo a velocidade constante, a distância percorrida entre o segundo e o terceiro marcos é igual à percorrida entre o primeiro e o segundo. Essa última é inferior a 100 e, portanto, o algarismo das centenas no terceiro marco é 1. Como b não pode ser igual a 1 (por quê?), segue que a é igual a 1. Logo, escrevendo a equação: no do 2o marco – no do 1o marco = no do 3o marco – no do 2o marco ou
Concluímos
que os marcos contêm os números 16,
61, 106
e a velocidade é de 45 km/hora.
Todos os convidados de
uma festa trocaram apertos de mãos. Um mordomo mais atento notou que
foram 528 cumprimentos e que
2/3
dos convidados eram
mulheres. Quantos homem foram convidados? RPM: Vamos indicar por o número total de convidados. Cada pessoa dá apertos de mãos, porém, quando A cumprimenta B, B também cumprimenta A. Logo, o Resolvendo a equação do 2o grau , obtemos ou . Como x é positivo, temos . Concluímos que 11 homens ( dos convidados) e 22 mulheres foram convidados para a festa. Um leitor de Marília, SP, nos envia o seguinte problema: No
abaixo,
BD e
CE são alturas. Sabendo-se que
,
qual o valor de DE?
RPM: Vamos resolver o problema sem considerar os dados numéricos fornecidos pelo leitor. Se H é o ponto onde BD intersecta CE (H é o ortocentro do que vamos supor interior ao triângulo) temos que A, D, H, E são pontos pertencentes a uma circunferência de diâmetro , uma vez que Pelo teorema do ângulo inscrito .
Por outro lado, traçando-se a altura , verifica-se facilmente que . Logo, , de modo que . (Verifique que essa semelhança é verdadeira mesmo no caso em que H é exterior ao triângulo.)
Observamos
que, com os valores numéricos dados pelo leitor, o
tem hipotenusa
12 menor que o cateto CE
=
, o que é impossível. Chamamos a atenção do leitor para a necessidade
de cuidado na atribuição de dados numéricos que podem ser incompatíveis
com a geometria envolvida. __________ 1) Diversos leitores apresentaram à RPM a seguinte solução do problema de determinar o resto da divisão de por . Se em fazemos , obtemos: . Logo, , portanto o resto é igual a . Observamos que essa solução usa o fato de que a igualdade entre dois polinômios reais, no caso , continua válida quando atribuímos a x valores complexos (tanto em IR. como em C a igualdade entre dois polinômios é dada pela igualdade entre seus coeficientes). 2) No terceiro problema, do cálculo da área, chamamos a atenção para o fato de que os ângulos foram medidos em radianos.
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