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Eduardo Wagner A
palavra parábola está, para os
estudantes do 2o grau, associada ao gráfico da função
do segundo grau. Entretanto, quase todos conhecem as antenas parabólicas,
mas nem todos fazem ligação entre uma coisa e outra. Os espelhos dos
telescópios e dos faróis dos automóveis também são parabólicos. Por
quê? Neste
artigo, vamos partir da definição dessa curva chamada parábola,
descobrir sua equação e investigar algumas de suas propriedades, que vão
justificar por que as antenas e os espelhos precisam ser parabólicos. Por
questões de simplicidade, tudo o que dissermos de agora em diante se
passa num plano.
Consideremos
uma reta d
e um ponto F. Parábola de foco F
e diretriz d é o conjunto de
todos os pontos cuja distância à reta
d
é igual à distância ao ponto
F.
Na
figura acima, se
, então
P
é um ponto da parábola de foco
F e diretriz
d. Para
obter diversos pontos de uma parábola, dados o foco
F
e a diretriz d,
trace por F
uma reta r
perpendicular à diretriz e seja
D o ponto de interseção de
r e
d. O
segmento DF
chama-se parâmetro da parábola e o ponto
V, médio de
DF,
é o vértice da parábola. Para cada ponto
A da semi-reta
VF, trace a reta
s, perpendicular a r.
A circunferência de centro F
e raio AD corta
s
nos pontos P e P’, que pertencem à parábola.
Em
um sistema de coordenadas, não é difícil encontrar a equação da parábola,
dados o foco e .
o
que mostra que a equação de uma parábola é da forma
(uma função do
segundo grau). Reciprocamente, dada uma função da forma
, é fácil provar que qualquer um de
Com
um pouco mais de trabalho, o leitor poderá demonstrar que o gráfico de
é também uma parábola
e, ainda, exatamente igual ao gráfico de
Vamos
voltar agora às nossas perguntas iniciais. Por que as antenas que captam
sinais do espaço são parabólicas? Por que os espelhos dos telescópios
astronômicos são parabólicos?
A
parábola possui exatamente essa propriedade e, por isso, as antenas e os
espelhos precisam ser parabólicos. Para demonstrar, vamos ver em seguida
duas propriedades da parábola.
Primeira
propriedade Vamos
observar inicialmente que uma parábola separa os demais pontos do plano
em duas regiões: uma, onde cada ponto tem distância ao foco menor que
sua distância à diretriz (chamada região interior) e outra onde a distância
de cada ponto ao foco é maior que a distância à diretriz (chamada região
exterior).
A
figura anterior mostra uma parábola de foco
F e diretriz
d
e uma reta r paralela a d
cortando a curva em P
e P'
. Se o ponto P1
da reta
r é
interior ao segmento
PP'
, então
P1F < PF = PD = P1D1
e, portanto,
P1
é interior à parábola. Por
outro lado, se P2
é um ponto da reta r
exterior ao segmento
PP' , então P2F
< PF = PD = P2D2
e
P2
é exterior à
parábola.
Segunda
propriedade Os
raios de luz e as ondas de rádio propagam-se no espaço em linha reta.
Aliás, isso não é inteiramente verdadeiro, mas para o observador da
Terra é praticamente. Quando esses sinais são refletidos em um ponto de
uma superfície, tudo se passa como se estivessem sendo refletidos em um
plano tangente à superfície nesse ponto, de acorco com a famosa lei da Física:
“o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão”. Consideremos
agora um ponto P qualquer da parábola
de foco F e
diretriz d,
e ainda a reta t,
bissetriz do ângulo
FPD. Vamos mostrar geometricamente que t é tangente à parábola.
No
triângulo PFD
, como
PF = PD
, a reta
t, bissetriz do ângulo
FPD
, é também mediana e
altura. Em outras palavras, a reta t
é mediatriz do segmento
. Seja agora
Q, um ponto qualquer da
reta t, distinto
de P
. Se
D'
é a projeção de Q
sobre d,
temos: Portanto,
Q
é exterior à parábola. Ora, o ponto
P
da reta
t
pertence à parábola e todos os outros pontos de
t são
exteriores. Logo, t
é tangente à parábola em
P
.
Observe,
na figura acima, a semi-reta PY,
prolongamento do segmento DP.
Como a tangente à parábola em P é bissetriz do ângulo
FPD., temos que PY
e PF fazem
ângulos iguais com essa tangente. Portanto, PY e PF
. Por isso, todo sinal recebido na direção do eixo da parábola toma a
direção do foco após a reflexão.
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