Alicéia Augusto
Rio de Janeiro, RJ

Correspondência:
RPMCartas do leitor
Caixa Postal 66281
05315-970 São Paulo, S
P

     A caixa cúbica

O colega Hideo Kumayama, de São Bernardo do Campo, SP, gostaria de trocar informações com colegas que desenvolvam atividades experimentais em sala de aula. E, para começar, envia uma atividade de origami. Com essa atividade ele pretende atingir dois objetivos: verificar a eficiência da comunicação escrita e desenvolver a consciência da observação da qualidade do produto final. Este trabalho foi elaborado a partir de um modelo apresentado num livro japonês de origami, destinado à clientela de 7 a 8 anos.

São estas as atividades propostas para a construção de uma caixa cúbica sem tampa, cujo modelo pronto estava à disposição do aluno em sala:

Material: 1 folha quadrada de 15 cm de lado.

Roteiro proposto:

1.    Dobrar a folha em 4 partes, obtendo-se 4 quadrados congruentes.

2.    Dobrar a folha quadrada original de modo que os seus 4 vértices coincidam com o centro, formando um novo quadrado.

3.    Dobrar o quadrado obtido na fase 2 de modo que este fique dividido em 3 retângulos cuja base seja o triplo da altura,  a (ver RPM 28, pág. 40).

4.    Dividir   o   retângulo  obtido  na  fase  3  de  modo  a  ficarem  9  quadrados  de  lado   a  (= altura de cada retângulo), tornando como referência o quadrado obtido na fase 2.

5.    Observadas as dobras obtidas sucessivamente nas fases 1, 2, 3 e 4, construir a caixa cúbica sem tampa, revestida interna e externamente.

(O professor parou por aí a explanação, porque o aluno dispunha do modelo pronto, mas o leitor menos acostumado a essas artes, e sem ver o modelo, pode lançar mão da figura abaixo, começando por ela:  C é a base da caixa,  D,  E,  F  e  G  são as faces laterais e as abas  A  e  B  devem ser dobradas para dentro, de modo a prender as faces laterais.)

Paralelamente a estas atividades, pede-se aos alunos que calculem geometricamente o valor dos lados e áreas da folha de partida e de cada um dos quadrados ou retângulos obtidos nas diversas fases e as razões entre as áreas obtidas. Fazer, a partir desses números, a previsão do volume, da área lateral e da área total da caixa. Depois de concluído o modelo, tirar as medidas e comparar os dados obtidos no modelo (volume e áreas lateral e total) com aqueles previstos geometricamente.

O critério de aprovação de qualidade era de que o erro relativo entre o volume obtido e o previsto ficasse dentro da margem de 6%, por falta ou excesso.

O colega conta que, entre seus alunos, a compreensão do texto atingiu a boa marca dos 80%, mas não manda informações sobre a porcentagem do produto aceito pelo controle de qualidade!

__________
NR: A atividade descrita acima também faz parte de um relato enviado à RPM pelo   prof. Jurandir José Lopes, em 1995, a respeito de um trabalho realizado pelo colega Pedro Castro Leite, de São Pedro do Turvo, SP.