|
|
||||
Paradoxo?
Rafael
Robson Negrão, de Londrina, Paraná, quer uma explicação para o
paradoxo. =
=
= 1. Esta
questão é bem antiga, mas ressurge com incrível freqüência, o que
atesta o interesse por ela provocado. Para dar uma idéia de sua popularidade, ela ocupa lugar de destaque na lista de paradoxos
publicada pela revista britânica “Mathematical Spectrum” (Vol. 14,
1981/82, pág. 33) Na
seqüência de igualdades acima, 4 são corretas, mas uma é falsa (a
terceira). Examinêmo-las, uma por uma. —
1 = i . i. CERTO. O número complexo i, por definição,
tem a propriedade de que seu quadrado é igual a
-1. i
. i =
. CERTO. Como o quadrado de i é -1,
é aceitável consideras i como raiz quadrada de -1
e escrever 1 =
= 1. CERTO. Como é de praxe, quando x
é um número real positivo (ou zero),
significa
o único número positivo (ou zero) cujo
quadrado é igual a x.
. = . ERRADO. A regra = só é válido quando , e são números positivos ou zero. Para se convencer da última afirmação acima feita, basta lembrar como s eprova que = . Tem–se . = ab e, por outro lado, = ab. Assim e são números que têm o mesmo quadrado. Como o símbolo representa sempre um número 0 e como número maiores do que ou iguais a zero que tem o mesmo quadrado são iguais, concluímos que = . No caso especifico, os números . e tem ambos quadrado igual a 1. Mas isto não quer dizer que eles sejam iguais. Com efeito, . e . Em suma, para ter-se = é preciso convencionar que o símbolo positivo ou zero. Mas não é positivo nem zero. Por isso não se pode escrever . = . Elon
Lages Lima
Alguns leitores escreveram sobre a demonstração da regra “regra dos sinais” dada no número 1 da RPM. Numeremos as cartas: 1.Pedro Paulo, de Ubatuba, SP/ achou a demonstração “muito algebrista e cansativa”. Sugere um alternativa geométrica, baseada no diagrama abaixo onde os segmentos inclinados são paralelos. Diz que leu esta explanação numa revista estrangeira, cujo nome não se lembra mais.
2. Léa Santos, de São Paulo, Capital, lembra a seguinte ilustração, que leu no livro de Morris Kline Ö fracasso da Matemática Moderna. Pág. 191. “...um ganho será representado por um número positivo e a perda por um número negativo. Igualmente, o tempo no futuro será representado por um número positivo e no passado por um número negativo.... Se perde 5 dólares por dia, então daqui a 3 dias terá perdido 15 dólares...(-5)(+3) = - 15... se perde 5 dólares por dia, então há 3 dias atrás estava 15 dólares mais rico...(-5) (-3) = +15”. 3. Marcelo Lellis, de São Paulo, Capital, apresenta uma proposta didática, que atribui ao Professor A. Bloch, para justificar que o produto de dois números negativos seja positivo. Ele parte da observação de que (-2).3 = -6, (-2).2 = -4, (-2).1 = -2, (-2).0 = 0 e, notando que esses produtos crescem (“de dois em dois”) é natural esperar que a regra se mantenha e sejam (-2)(-1) = 2, (-2)(-2) = 4, etc. 4. Fred Gusmão dos Santos, de Mogi das Cruzes, SP., dá a seguinte versão de como obter a regra dos sinais. Em primeiro lugar, como 5.(2-2) = 0, pela lei distributiva vem 5 .2+ 5.(-2) = 0. ou 0 +5(-2)=0, logo 5.(-2) = -10. Em seguida, como –5 (2-2) = 0, novamente temos –5.2+(-5)(-2) = 0, ou seja, -10+(-5)(-2) = 0, logo (-5)(-2) = 10. Antes de mais nada, queremos agradecer a todos os que nos escreveram. Isto nos faz sentir que estamos alcançando nossos objetivos. Em seguida, é bom enfatizar que as
explicações contidas na seção “Conceitos e Controvérsias” visam
ilustrar, esclarecer e orientar o professor de Matemática, para que,
conhecendo melhor a matéria que ensina, possa desempenhar sua missão
com a tranqüila confiança de quem sabe sobre o
que está falando. Tais explicações não são oferecidas como
propostas didáticas. Isto nos parecia
óbvio mas parece que nem todas entenderam
assim. Vamos, agora responder brevemente às
cartas: 1.Pedro
Paulo: É natural que um fato algébrico tenha uma demonstração algébrica;
quanto ao cansaço, trata-se certamente de um sensação
pessoal. Seu argumento geométrico é bem interessante. Só que ele
só pode ser apresentado a alunos que, pela série em que estão, já
aprenderam a regra dos sinais. Além disso, para provar que aquele ponto lá
tem mesmo abscissa igual a (-a)(-b),
você vai ter que usar a dita regra... 2.
Léo Santos: Sua sugestão é muito boa. Pode ser utilizada
como êxito. Inclusive porque contribui para que os alunos entendam melhor
o uso de números negativos em problemas concretos. 3.
Marcelo Lellis: Imagino que o Prof. Bloch
começava sua explanação
justificando por que (-)(+)
= (-).
Isto pode ser feito da mesma maneira
como você fez para chegar
a (-)(-)
= (+). Não sei se você
notou que seu argumento usa implicitamente a lei distributiva. Neste
sentido. Parece-nos que a sugestão seguinte é mais convincente. 4.
Fred Gusmão dos Santos: Muito boa a sua apresentação. Aliás, não
poderíamos deixar de elogiá-la, já que ela constitui uma reformulação,
em termos numéricos, do argumento usado na demonstração
dada em “Conceitos e Controvérsias” nº1. Para finalizar, gostaríamos de recomendar a todos aquelas genuinamente interessados em aperfeiçoar suas técnicas de ensino, a leitura do livro “Aplicações da Teoria de Piaget ao Ensino da matemática”, de autoria do Professor Luiz Alberto dos Santos Brasil. (Editora Forense-Universitária, Rio de Janeiro,. 1977). Nas páginas 161 e 162, desse livro, o leitor encontrará exemplos de problemas concretos que motivam a regra dos sinais. Elon Lages Lima
A professora
Enilde Aparecida Ferro, de Nova Esperança, PR, escreve à RPM.
Apresentando entre outras, a seguinte pergunta: “Como explicar a alunos
de 5a. série, com dificuldades de aprendizagem”, a regra
para a “divisão de números racionais
escritos na forma de fração”. 1a.
Proposta Para chegar à regra prática da divisão de duas “frações” devemos fazê-lo, observando diferentes situações práticas.
litro estão
contidas em 1 litro?
fica claro
numa representação gráfica.
2a.
situação:
(Dividir um número natural
por uma fração cujo numerador seja 1).
ou seja:
que o denominador de uma fração não
pode ser zero)! 3a.
situação:
(Dividir 1 por uma fração qualquer).
5a.
Situação
(Vamos dividir agora uma fração por outra fração).
Observando a
representação gráfica, vemos que estamos perguntando:
Podemos, então,
dizer que
(Lembre-se
que o denominador de uma fração nunca pode ser zero). 2ª
Proposta
Assim,
para dividir duas frações que têm o mesmo denominador, dividimos o
numerador da primeira pelo numerador da segunda.
isto é,
Portanto, também desse modo, podemos chegar à conclusão que: para dividir frações, multiplicamos o dividendo pelo inverso do divisor.
, onde
b ¹
0 e c ¹ 0 e d ¹
0. Manhucia
P. Liberman
___________ Um outro colega sugere que, daí para a frente, desde que o estudante já tenha domínio da
|