Augusto
César
Morgado
Eduardo Wagner
Os dois
livros resenhados a seguir fazem parte
da Coleção
do Professor de Matemática,
editada
pela Sociedade Brasileira de Matemática (Estrada
Dona Castorina, 110 - 22460-320 Rio de
Janeiro, RJ). Resenhas de outros títulos da coleção encontram-se na RPM
20, 21 e 22.
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Eduardo
Wagner
(com a
colaboração de José PauJo Q. Carneiro)
IMPA-VITAE, 1993
Em todas as
discussões de currículos, a Geometria é sempre citada como de vital
importância para o desenvolvimento do raciocínio, compreensão inicial de
uma axiomática, etc. No entanto, na prática é pouco ensinada e muitas
vezes com ênfase em aspectos algébricos menos relevantes. Para agravar
essa situação, o estudo
das construções geométricas está afastado dos currículos da maioria das faculdades de Matemática do nosso país.
Nesse
panorama é que surge o livro Construções geométricas, do professor Eduardo Wagner. Com uma extrema
clareza, inúmeras construções são descritas, justificadas e empregadas para resolver
interessantes problemas.
Nos seus cinco capítulos, além
das construções elementares, como a da mediatriz
ou a do arco capaz, outros tópicos de muito interesse para os professores são abordados, como, por
exemplo, a resolução geométrica de equações do 2.° grau onde os coeficientes são segmentos
dados, como um caso particular da construção geométrica de uma expressão algébrica envolvendo segmentos.
O estudo de figuras equivalentes
mereceu um capítulo próprio, assim como
um primoroso, sobre construções aproximadas (polígonos de 7, 9, 11, 13,
14, . . . lados, o número
, dentre outros).
Transformações geométricas como as translações, rotações, reflexões e
homo-tetias
são apresentadas e utilizadas para elegantes soluções de problemas. Aliás,
dezenas de bons problemas propostos e um esmerado apêndice do professor
José Paulo Q. Carneiro sobre construções possíveis com régua e compasso
fazem desse livro
referência obrigatória para professores do 1.° e 2.°
graus.
Progressões e Matemática
Financeira
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Augusto César Morgado,
Eduardo Wagner,
Sheila. C. Zani
IMPA-VITAE, 1993
Os dois primeiros capítulos tratam das progressões
aritméticas e geométricas e já diferem dos textos mais comuns ao destacar as progressões
geométricas como sequências que
possuem taxa de crescimento constante. Esse aspecto das progressões
geométricas é explorado em numerosos exemplos. Os exercícios desses capítulos são abundantes e interessantes,
com diversas aplicações, destacando-se as escalas de Fechner, equações em
diferenças de primeira e segunda ordens, e várias situações de finanças, o que
representa uma ótima introdução ao capítulo de Matemática Financeira.
No capítulo três, a Matemática Financeira é abordada da
forma mais prática possível, com exemplos reais e utilizando princípios
claros e gerais para sistematizar a
teoria. Tópicos como: equivalência de capitais, taxa mínima de atra-tividade,
a diferença entre taxas proporcionais e equivalentes, séries uniformes, determinação da vida econômica de um bem,
sistemas de amortização (S.A.C., tabela Price), e outros, são tratados com
bastante objetividade e numa sequência que favorece, e muito, a compreensão dos
novos temas. Muitos exercícios complementam o capítulo, e os autores
inclusive assinalaram aqueles que devem ser resolvidos com o auxílio da calculadora,
abolindo aquelas ultrapassadas tabelas.
O livro ainda possui sugestões para a resolução dos
exercícios mais difíceis ou "perigosos" e
as respostas de todos os 244 exercícios propostos.
Matemática e
Educação -
Alegorias,
tecnologias e temas afins |
Nilson José Machado
Coleção Questões da Nossa
Época, vol. 2.
Cortez Editora, 1992.
Este é um pequeno grande
livro. Nas suas pouco mais de cem páginas, e no
formato de bolso, são discutidas questões relevantes aos que se preocupam
com o que fazem ou o que podem vir a
fazer na sala de aula.
Nele são colocadas e analisadas questões como a utilização
de jogos na sala de aula e os mais
surpreendentes efeitos gerados om isso. O excesso de formalismo é
ridicularizado com deliciosos exemplos, como a teoria axiomática dos
fantasmas e a Cocotologia, definida como a
ciência de construir passarinhos de papel.
A segunda metade do livro traz
interessantes e importantes considerações sobre medida e avaliação, e
até sobre a possibilidade e a necessidade da utilização de computadores e outros recursos em sala de aula.
Considerações essas embasa-das
historicamente e levando em conta a realidade brasileira.
O livro do professor Nilson
certamente será muito útil a todos os que desejam enriquecer a sua atuação em
sala de aula.
As três resenhas acima são da
autoria de
Raul Francisco Werneck Agostino,
PUC-RIO.
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