|
|
||||
O nosso amigo e colaborador Lucien J. F. Thys, de Porto Alegre, RS, ao ler o livro A Experiência. Matemática., de Davis, P. J. e Hersh, R., ficou intrigado com a seguinte passagem (p. 202): Escolha dois números ao acaso, por exemplo 1 e 4. Some-os, obtendo 5. Some 4 com 5, obtendo 9. Some 5 com 9, obtendo 14. Continue indefinidamente este processo. Então a razão dos números sucessivos tende, no limite, para a razão áurea. Nas palavras de Lucien Thys: Dados dois números quaisquer, a e b, façamos a + b = c, b + c = d, c + d = RPM: As condições a + b = c, b + c = d, c + d = e, d + e = f,... definem uma seqüência recorrente de ordem 2. Escolhidos arbitrariamente a1(= a) e a2(= b), os termos seguintes são dados pela lei de recorrência an+2 = an+1 + an, n 1. A famosa seqüência de Fibonacci, (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55,...), é um caso particular com a1 = a2 = 1. Na RPM 6, pp. 12 e 13, está provado que, sendo Fn o termo geral da seqüência de Fibonacci,
e, portanto, para a sequência de Fibonacci, a convergência se verifica. Usaremos este resultado particular para provar que a resposta à pergunta feita é afirmativa quaisquer que sejam a e b. Seja então Fn o termo geral da seqüência de Fibonacci (F1 = F2 = 1 e Fn+2 = Fn+1 + Fn). Os termos da seqüência dada são: a1, a2, a3 = a1 + a2, a4 = a1 + 2a2, a5 = 2a1 + 3a2, a6 = 3a1 + 5a2, ... an+2 = Fn . a1 + Fn+1 . a2 (esta última igualdade pode ser provada por indução). Logo,
(Um livrinho muito bonito sobre o assunto é Seqüências Recorrentes, de Markushevich, A. I., Editora Mir. Ver RPM 17, p. 56.)
Um leitor de Rio Claro, SP, pediu a solução de um problema de contagem que constou de uma Olimpíada de Matemática da UNICAMP e que também foi tema de um artigo enviado a RPM. Considere sobre cada lado de um triângulo equilátero n 1 pontos que, juntamente com os vértices, dividem cada lado em n segmentos de mesmo comprimento. Ligando-se todos esses pontos, dois a dois, por meio de segmentos paralelos aos lados, muitos triângulos equiláteros, de vários tamanhos, são obtidos. Qual é, em função de n, o número total de tais triângulos? RPM: "Uma figura vale mil palavras." A figura abaixo ilustrará a nomenclatura a ser usada.
Contagem dos triângulos de tipo Ti ("") Faremos, inicialmente, a contagem na figura acima: * Número de triângulos T1 com um só vértice na reta y = 1 : 7, com um só vértice na reta y = 2 : 6, . . . . . . . . . . . . . . .
com um só vértice na reta
y = 7 1.
* Número de triângulos T2 com um só vértice na reta y = 2 : 6, com um só vértice na reta y = 3 : 5, . . . . . . . . . . . . . . . com um só vértice na reta y = 7 : 1.
no exemplo dado, o número total de triângulos do tipo "" é
Contagem dos triângulos do tipo T 'i () Começaremos, novamente, fazendo a contagem na figura acima: * Número de triângulos T '1 com um só vértice na reta y = 0 : 6, com um só vértice na reta y = 1 : 5, . . . . . . . . . . . . . . . com um só vértice na reta y = 5 : 1. Número total de triângulos T '1: 1+2 + 3 + 4 + 5 + 6 = S6. * Número de triângulos T '2 com um só vértice na reta y = 0 : 4, com um só vértice na reta y = 1 : 3, . . . . . . . . . . . . . . . com um só vértice na reta y = 3 : 1. Número total de triângulos T '2:. 1 + 2 + 3 + 4 = S4. * Número de triângulos T '3 com um só vértice na reta y = 0 : 2, com um só vértice na reta y = 1 : 1. Número total de triângulos T '3: 1 + 2 = S2. No exemplo dado, o número total de triângulos do tipo é
- e, em geral, se cada lado do triângulo estiver dividido em n partes iguais, o número total de triângulos do tipo é
A fórmula que dá o número total de triângulos é:
A segunda somatória de (1) terá que ser calculada separadamente, conforme n seja par ou ímpar. Para n par: n = 2k,
Para n ímpar:
n = 2k
1,
O número total de triângulos será (2) + (3), se n for par, e (2) + (4) se n for ímpar, isto é, o número total de triângulos é, após mais alguns cálculos.
|