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Conjuntos
Uma colega de Montes Claros, MG, escreve-nos: “... sinto muita dificuldade em transmitir à criança o conceito de conjunto pois sempre vejo conceitos como; conjunto é uma coleção de objetos, é um agrupamento de elementos, etc., mas quando vou ensinar o que é um conjunto vazio, a criança então pergunta: ‘Mas conjunto não é agrupamento, coleção?’ Aí está a minha dúvida: como transmitir estas idéias a uma criança de 10 ou 12 anos”. R: Vamos tentar entender a dificuldade da criança. Ela aprende o significado de conjunto de exemplos: - Conjunto das vogais da palavra “Brasil”: {a,i} - Conjunto dos meses cujo nome começa com A: {abril, agosto} - Conjunto dos números naturais maiores que 1 e menores que 5: {2,3,4} E através destes exemplos, a criança associa a palavra “conjunto” com “coleção”. Nestes exemplos não há choque entre o uso corrente da palavra “conjunto”e o seu uso em Matemática. Mas, se pedirmos o - Conjunto dos meses cujo nome começa com B, a criança responderá “nenhum mês começa com B” e o professor quer que ela diga “o conjunto dos meses cujo nome começa com B é o conjunto vazio”. Conjunto dos números naturais maiores que 6 é menores que 5. a criança dirá “não existem números assim” (não tem!) e o professor quer que ela diga “o conjunto dos números naturais maiores que 6 e menores que 5 é o conjunto vazio” Parece-nos, portanto, que a criança entende as perguntas, sobre as respostas, mas encontra dificuldade em relacionar “coisas que não existam” com “conjunto de coisas que não existam” e a partir daí imaginar o conjunto vazio. Nossa inclinação é dizer: não fale de inicio em conjunto vazio para crianças de 10 a 12 anos. A noção de conjunto vazio responde a necessidades lógicas do matemático, não da criança. Talvez, posteriormente, ao ensinar interseção de conjuntos, o conceito de conjunto vazio surja mais naturalmente. Aliás, achamos que em nível de 1º e 2º graus fala-se demais em conjuntos. Cremos que esta resposta atende também à pergunta do colega de Pombal, PB, que nos chegou agora às mãos , fazendo considerações análogas, incluindo as dificuldades em ensinar conjunto unitário (com um só elemento). Gostaremos
de conhecer a experiência que o colega tem tido nessa linha. Escreva-nos.
Um colega de Aracaju, SE, pergunta-nos sobre a utilização primeira do símbolo da raiz. R.
O símbolo O
símbolo criado por Rudolff não teve aceitação imediata nem mesmo na
Alemanha, sua terra natal. A letra
Em
1655, John Wallis, usou o índice quase como hoje:
A colocação moderna do índice na abertura do sinal do radical foi sugerida por Albert Girard em 1629 mas sua utilização foi se impondo só no século XVIII. O traço que se usa atualmente foi usado por René Descartes, em 1637, no seu “Géometrie”. Referências: “A
History of Matematical Notations”- Florian Cajori “Historical
Topics for the Mathematics Classroom”- The National Council of Teachers
of Matematics.
Pergunta um leitor de Paulista, PE: “Alguns livros chamam y = ax + b de função linear e outros de função afim, reservando o nome linear para y = ax (b = 0). Quem está certo?” R. No âmbito da Matemática Elementar tendo em vista que o gráfico da função y = ax + b é uma reta, é comum atribuir a todas funções estão o nome de linear. Em Álgebra Linear, entretanto,
para funções definidas em espaços mais gerais, exigem-se duas condições
para que uma função seja linear: que ela seja aditiva e
homogênea. Uma função: e f se diz homogênea quando satisfaz à propriedade.
No caso de funções f: R ®
R, toda função homogênea é aditiva. Mais
precisamente, se
Assim sendo, se quisermos ser coerentes com a noção geral de função linear, devemos chamar de lineares as funções da forma f (x) = a x. Ainda neste contexto mais geral, chama-se de função afim uma função “transladada” de uma linear, isto é, da forma f (x) = g (x) + cte., com g linear. Então as funções da forma
f (x)
= ax + b são na realidade funções afins (que não são lineares quando
b Cremos que esta ambigüidade de nomenclatura não causa confusão de vez que no 1º e 2º graus não se usa aquela segunda noção de linearidade e que os alunos ao chegarem ao estudo de Álgebra Linear não terão dificuldade em assimilar as novas denominações. |