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Adriano Emiliano dos Santos está no ciclo básico em continuação (equivalente à 2.ª série) numa Escola Estadual de 1.° grau, em Bernardino de Campos, SP. Ele é aluno da professora Maria Emília Giacomini, que costuma trabalhar muito o sistema decimal de numeração, utilizando-se de exercícios do Manual de Atividades Matemáticas para o 1.° grau publicado pela Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP, Secretaria de Educação, SP). Certo dia, a professora Maria Emília pediu a seus alunos que efetuassem a divisão 94 5 e percebeu que Adriano escrevia o seguinte em seu caderno:
A professora, conversando com Adriano, soube que, no esquema acima, ele considerava o 1 como dezena e completava a multiplicação por 5 fazendo as somas 25 + 50 = 75 ou 35 + 50 = 85 ou, ainda, 40 + 50 = 90, achando, assim, o quociente que convinha de uni modo que ele mesmo inventou.
Será que o João está fazendo certo? João Paulo de Oliveira completou 10 anos em 15/09/90 quando era aluno da professora Maria Eloísa Terra de Souza, na Escola Estadual de l.° grau Dr. António Carlos de Abreu Sodré, em Bernardino de Campos, SP. A professora Maria Eloísa, com apoio de sua diretora, Áurea Aparecida Jorge Pereira, acompanha os mesmos alunos desde a 1.ª série e também usa os manuais da CENP. Veja como João efetuou algumas contas de multiplicar:
Indaguei do João como ele fazia a multiplicação e ele explicou: No exemplo 1, multipliquei (de cabeça) o 12 por 5. Deu 60. Escrevi o zero do 60 e "foi" 6 (do 60). Multipliquei o 12 por 4. Deu 48. Juntei com o 6 que "tinha ido" e deu 54. Escrevi o 4 (do 54) e "foi" 5 (do 54). Multipliquei o 12 por 2. Deu 24. Juntei o 5 que "tinha ido" e resultou 29. Resultado 2940. Absolutamente correto! Nos exemplos 2 e 3 João seguiu o mesmo raciocínio. Perguntei ao João como ele tinha descoberto essa maneira de multiplicar, mas ele não soube explicar. Ficou, porém, para a professora Maria Eloísa e para mim a certeza de que o João atingira todos os objetivos que pretendíamos: saber pensar, raciocinar, criar, improvisar. Não é isso que todo bom professor almeja para seus alunos?
___________ Por outro lado, no que tange aos algoritmos das 4 operações, é preciso também lembrar que, com pequenas variações, eles representam uma síntese de processo vivido por séculos pela humanidade e que, em geral, simplificam a vida do cidadão. E preciso que os alunos cheguem a eles.
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No primeiro quarto deste século, aproximadamente em 1918, uni certo professor de Matemática, apreciador das corridas de maratona, tomou uma decisão. Antes de cada competição, ele escolheria um problema de difícil resolução matemática e que demandaria cerca de três horas de raciocínio, ou seja, quase o mesmo tempo que precisaria para completar a maratona. Procurando encontrar as respostas para seus problemas, o professor passou a correr a maratona ao mesmo tempo em que raciocinava, chegando bem menos extenuado ao fim dos 42195 metros, e com uma resposta matemática na ponta da língua. Foi a partir dessa alegoria que teve origem a corrida da orientação, uma competição que reúne o raciocínio lógico a um adequado condicionamento físico. Na Suécia, a orientação já vem sendo incorporada ao currículo escolar, onde é conhecida como orienteering. (Retirado da Revista Geográfica Universal, n.° 193, dez-90.) Enviado por José Luiz dos Santos, Realengo, RJ. |