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Um colega de Brasília nos envia a seguinte questão: Demonstre que de todos os triângulos de mesma base e altura, o de menor perímetro é o isósceles. RPM: Seja BC a base do triângulo ABC e r uma reta paralela a BC por onde se desloca o vértice A.
Como o comprimento da base é constante, o menor perímetro do triângulo será conseguido quando AB + AC for mínimo. Seja então B' o simétrico de B em relação a r. Como, desta forma, a reta r é a mediatriz de BB', teremos, para qualquer posição de A, AB = AB'. Então AB + AC = AB' + AC que será mínimo quando B', A e C estiverem alinhados! Assim, o ponto A está determinado pela interseção da reta r com a reta B'C. Na segunda figura acima, como P é médio de BB' e sendo r paralela a BC, concluímos que A é médio de B'C. Logo, AC = AB' = AB e o triângulo ABC é isósceles. Nota: Este processo é válido para obter o triângulo de perímetro mínimo quando um lado é dado e o vértice oposto pertence a uma reta qualquer.
Um leitor de São Paulo nos envia a seguinte questão: Na figura, ao lado AB = 1 cm, BC = 1 cm e  = 90°. Sabendo que AP = PQ = QB e AM = MN = NC, determinar a. área do triângulo DMN.
RPM:
Vamos resolver o problema em situação mais
geral, sem nos preocuparmos com as medidas dos lados AB e AC, bem
como com o fato do ângulo Â
ser reto. Lembremos que se dois
triângulos ABC e AJL possuem o ângulo
Â
comum, como na figura abaixo,
a razão entre suas áreas é dada por
No problema em
questão, os lados AB e AC estão divididos em três partes
iguais
Um colega de São Paulo nos envia um interessante problema: Dada uma circunferência qualquer, achar o centro da mesma utilizando apenas o compasso. RPM: Utilizando régua e compasso, o problema de encontrar o centro de um círculo é elementar. Basta assinalar três pontos sobre o círculo e construir as mediatrizes de dois segmentos quaisquer. Utilizando apenas o compasso, a solução é mais difícil. Em 1672 o matemático dinamarquês Georg Mohr publicou o livro Euclides danicus em que mostrou que toda construção que possa ser realizada com régua e compasso pode ser feita só com compasso. Evidentemente não podemos traçar uma reta usando apenas o compasso, mas esta reta estará determinada quando dois de seus pontos são conhecidos; um triângulo estará determinado quando seus três vértices são conhecidos. A notável descoberta - de que a régua é supérflua - passou despercebida. Mais de um século depois, Lorenzo Mascheroni publica uma coletânea de problemas de construções geométricas utilizando-se apenas do compasso onde está incluído o problema que o leitor nos envia. Além desse, Mascheroni mostra como obter o ponto médio de um segmento cujas extremidades são conhecidas: como construir um quadrado conhecendo-se dois vértices adjacentes ou opostos, e muitos outros.
Vamos então mostrar a solução do problema em questão. Sendo A um ponto do círculo, efetue as construções: 1) Com centro em A e abertura qualquer, determine os pontos B e C. 2) Com centros em B e C e raio AB =AC, determine A' simétrico de A em relação ao segmento BC. 3) Com centro em A' e raio AA', determine os pontos P e P' sobre o arco BC. 4) Com centros em P e P' e raio PA = PA', determine O, o centro do círculo. Antes de justificar este procedimento, vamos lembrar uma propriedade dos triângulos que será utilizada. Se ABC é um triângulo inscrito num círculo de raio R com AB = c, AC = b e altura AH = h então bc = 2Rh.
Quando determinamos B e C, temos um triângulo isósceles ABC inscrito no círculo dado. AA' é o dobro da altura deste triângulo e como os triângulos AA'P e PAO são isósceles e semelhantes (porque o ângulo PAO ê comum), podemos escrever:
Por outro lado, pela propriedade acima, temos
Lembrando que AC = AP e AB = AC, das duas últimas expressões temos: AO = R .
Existe a solução, porém ... O mesmo colega que nos enviou o problema anterior nos propõe outro: Calcular x na figura ao lado. RPM: Da semelhança dos triângulos ADF e ECF, temos:
Pelo teorema de Pitágoras no ABE, temos:
Fazendo os cálculos, chegamos à equação:
Não conseguimos resolver essa equação completa do 4o grau, mas considerando a função f(x)=x4+2x3 + x2 - 2x 1 sabemos que ela é contínua e que f(0) = 1 e f( l ) = 1. Portanto ela possui uma raiz real entre zero e um. Pelo método de aproximação de Newton (RPM 4, p.25) encontramos x = 0, 8832035 .
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