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João amava Lúcia que amava João. Só que João além de amar Lúcia também amava Leticia e tentava namorar as duas ao mesmo tempo. Durante a semana, até que dava, mas quando chegava o sábado à noite era terrível. As duas queriam João e este não possuía o dom da presença ao mesmo tempo em dois lugares. Assim alternadamente ou Lúcia ou Leticia ficavam sem sair com João, nos embalos de sábado à noite. HONESTO (?). João decidiu contar a Lúcia a existência de Leticia e a Leticia sobre Lúcia. Claro que houve choros e lamúrias de todos os lados. E João continuou dividido, sem saber como escolher entre as duas. Aqui um detalhe, João morava próximo a uma estação ferroviária de um subúrbio. Para visitar Lúcia, João pegava trens que iam no sentido da direita cada meia hora, e para visitar Leticia, João pegava trens que iam a esquerda cada meia hora também. Quanto a horários não havia dúvidas. Trens para cada lado de meia em meia hora. Mas voltemos a dúvida existencial afetiva do nosso amigo João. Como escolher entre Lúcia e Leticia? A solução foi dada por Leticia que era professora de Matemática. Leticia propôs a João um critério justo, equânime, salomônico para escolher a quem ir namorar. A proposta foi: João sairia de casa sem saber com quem ir encontrar. Ao chegar na estação pegaria o primeiro trem que passasse, fosse para a direita, fosse para esquerda. Proposta aceita. João começou a usar esse critério aparentemente justo e aleatório. Depois de usar o critério por cerca de três meses, descobriu que visitara Leticia muito mais que Lúcia, e se a sorte quis assim ficou com Leticia e com ela se casou sem nunca haver entendido porque a sorte a privilegiara tanto. Só nas bodas de prata do seu casamento é que Leticia contou a João a razão do mistério, de o trem ter escolhido, ela preferencialmente a concorrente. Leticia estudara os horários dos trens e verificara que os horários eram:
Ou seja: Para cada 25 min. de probabilidade de se pegar o trem que vai para a esquerda havia só 5 min. de probabilidade de se pegar o trem que ia para a direita. Na guerra como no amor tudo vale..., até usar Matemática
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