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Já anunciamos que a resposta do leitor aos questionários, enviados junto à RPM 10, foi além das previsões estatísticas. Com efeito, dos 23 382 questionários enviados, recebemos de volta 15 687 (67,1%), quando a previsão estatística de resposta às malas diretas é de 20%. Temos, agora, um vasto material de informações e sugestões, do qual pretendemos lançar mão nos próximos números da RPM. Aqui, pela Revista, vamos transmitir algumas dessas informações, mas desde já elas se encontram, em nossa sede, à disposição dos pesquisadores interessados. Uma primeira informação, que nos surpreendeu, foi a uniformidade das respostas no que diz respeito às diferentes regiões do país. Embora a distribuição dos assinantes seja bastante desigual entre as várias regiões, não houve diferenças significativas entre essas regiões, em termos de porcentagem, na grande maioria dos itens.
Na questão do número de pessoas que lêem um mesmo exemplar da RPM, verifica-se em todas as regiões a predominância de um só leitor ou mais do que dois leitores, sendo que em São Paulo e Rio de Janeiro ganha a leitura individual, enquanto nas outras regiões prevalece a leitura coletiva, mas sempre com diferenças pequenas. Uma questão que se impõe, cada vez mais, é a da participação do leitor no sustento financeiro da Revista. Também nesse item as respostas se distribuem de modo bastante homogêneo entre as várias regiões: em todo o país, quase 78% dos leitores opinaram pela cobrança de assinaturas. Essa porcentagem variou de 76% em São Paulo a 84% na região Norte. O Comitê Editorial da RPM e a Diretoria da SBM estão trabalhando no sentido de obter maior participação da empresa privada (uma das sugestões enviadas, com alta freqüência, por leitores), quer por meio de patrocínio, quer em publicidade, mas fazem também estudos para permitir ao leitor que contribua para o sustento financeiro da sua Revista, sem que isso venha alijar de nosso cadastro aqueles para os quais essa contribuição seja proibitiva. Várias sugestões foram feitas nessa direção, como por exemplo a cobrança de uma taxa anual "moderada" para filiação do leitor à SBM, ou criação da figura do "Assinante Benfeitor", ou a criação de uma "Associação dos leitores", ou ainda, promover a venda da RPM em bancas e livrarias (isso exige um investimento muito grande para a impressão de muitos exemplares. Já existem, entretanto, planos sobre isso para daqui a uns dois anos, dentro do SPEC/PADCT/CAPES/MEC. Quem sabe?), ou juntar a Matemática Universitária à RPM (diminuiriam, mesmo, os custos?), ou cobrar uma quantia razoável (custos ou 50% deles), ou cobrar só dos novos assinantes, ou solicitar ao MEC o financiamento total (isso temos feito e, até agora, de um ou de outro órgão, tem vindo quase toda a verba necessária), ou, ainda, cobrar das pessoas físicas, doando às escolas, ou mesmo cobrar com desconto para estudantes (quem precisa mais, o estudante ou o professor?). Os estudos prosseguem e algum processo nessa linha deverá estar deflagrado no próximo ano, juntamente com o aumento da freqüência (visando a passagem a três números por ano para chegar a quatro: um por bimestre letivo), um item também bastante solicitado. Dentre os que responderam ao questionário, 34% enviaram sugestões para melhorar a RPM, variando de 29% no Paraná e Santa Catarina a 43% na região Norte. Estas sugestões estão sendo classificadas para, aos poucos, serem analisadas e, sempre que possível, implementadas. Isso é de real importância, uma vez que um item em que as respostas afirmativas apresentaram um índice baixo foi o da utilização direta da RPM em sala de aula: em torno de 8%, variando de 3% no Rio Grande do Sul a 11% na Grande São Paulo. Esse baixo índice de aproveitamento direto concorda com a elevada solicitação da ampliação das seções "Para que serve", "As coisas que ensinamos" (houve quem reclamasse do nome dessa seção), "História e histórias", "Em classe".
São muitas as solicitações para que a RPM aborde assuntos referentes ao ensino nas séries de 1 a 4 do 1.º grau. Lembramos que essas séries estão fora do alcance da Revista, principalmente porque o professor desse segmento tem uma formação diferente daquela do professor de Matemática, pois é, em geral, encarregado da formação da criança em todas as disciplinas escolares. Cremos que a Revista de Ensino de Ciências (FUNBEC, Caixa Postal 2089, CEP 01051, São Paulo , SP) tem mais condições de atender a esse professor, focalizando Ciências e Matemática no 1.º grau. Isso não nos impede de, vez por outra, abordar algum assunto nesse nível. Já a análise e divulgação de material didático específico para o 1.º segmento do 1.º grau está muito distante da proposta da RPM. Por outro lado, há os que solicitam exposição de temas do curso universitário, bem como intercâmbio entre idéias e dificuldades do estudante do curso superior. Lembramos que esse estudante tem seu espaço nas publicações da SBM, dentro da nova revista Matemática Universitária (SBM — Estrada Dona Castorina, 110 — Jardim Botânico — 22460 — Rio de Janeiro, RJ), que já publicou 6 números.
A RPM (Caixa Postal 20570, CEP 01498, São Paulo, SP) se destina ao professor de Matemática que leciona na faixa da 5.ª série do 1.º grau à 3.a série do 2.º grau. Dentro dessa faixa, temos ainda muito o que fazer, e o leitor, respondendo ao questionário, nos indicou várias.direções pelas quais podemos avançar. Eis alguns dos pedidos dos leitores: mais História, algo de Informática, uma seção de Dúvidas e Esclarecimentos (você não reconhece isso na seção "Conceitos e Controvérsias" ou "O leitor pergunta"? As seções estão aí, o professor pode dispor delas!), divulgação de pesquisas no campo da Matemática pura e aplicada (um tema importante mas difícil de ser colocado em linguagem acessível ao público não especializado, haja visto o pouco de Matemática publicado na ótima revista Ciência Hoje), entrevistas com pessoas ligadas à Matemática (já temos tentado algumas, ainda não ficaram boas. Vamos continuar buscando...), mais ênfase à Geometria e à arte de ensiná-la, com problemas práticos, material e orientação, seus fundamentos e sua ligação com o conceito de número. Pedem, ainda, a abordagem de temas de Matemática Financeira (já saíram alguns artigos sobre juros, taxa de inflação, número e...), da relação da Matemática com a Física, Química, Biologia, Engenharia, Filosofia, Administração de Empresas, ou sobre Política Educacional no país, no exterior, nos países socialistas; sobre o desenvolvimento da Matemática no Brasil, Metodologias do ensino da Matemática, "incluindo a visão de quem 'não gosta' de Matemática", "desenvolvimento da capacidade de atenção e raciocínio", a apresentação de assuntos simples, abordando aspectos didáticos de acordo com a realidade brasileira, sem, entretanto, baixar o nível que a Revista vem mantendo, relato e troca de experiências (essa foi uma sugestão bastante freqüente: avante, professor-leitor, escreva contando sua experiência, seus sucessos e fracassos!), maior ênfase ao ensino da Matemática no curso de Magistério, a Matemática e o campo de trabalho, critérios de avaliação e Legislação. Ao lado de tudo isso, são solicitados um índice retroativo (precisamos fazê-lo!) e um índice remissivo (já mais difícil, mas tão útil!). Estas foram algumas das sugestões. Muitas delas podem ser implementadas a partir de agora. O leitor pode reconhecer em qual delas sua contribuição será melhor aproveitada. Algumas fogem ao objetivo ou âmbito da RPM, outras, muitas outras, estarão sendo estudadas para posterior aproveitamento. Por ora, a equipe da RPM agradece a quantos compartilharam com ela, pensando nas várias formas de aprimorar nosso trabalho e, ainda, nos estimulando com frases como: "continuem mantendo o nível; estudo novamente quando leio a RPM; não deixem faltar essa revista maravilhosa", "não deixem a 'peteca cair' e mantenham a 'nossa' revista", "fico preocupado e... envergonhado... por não ter ainda contribuído", "continuem com a Revista e, principalmente, com o nível editorial", "já mandei sugestão, em outra oportunidade, e ela, pelo que vi, foi aceita e fiquei satisfeita", "para o momento ela é bem completa. Espero que, com isso, não se torne algo estático e, sim, dinâmico. Alerta, alerta ao novo...", "Gosto de tudo. Seis meses é muito para esperar! Pena que (eu) não tenha talento, conhecimentos ou recursos para lhes ser útil!" (O professor pode ser útil à RPM com seu conhecimento, sua experiência, suas dúvidas ou indagações. Lembre-se disso, colega, e seja mais um a trabalhar conosco).
Ou
solicitando-nos a fazer mais, com frases como: "não modifiquem a revista,
briguem pela verba", "os assuntos são mais adaptáveis a alunos do 2.º grau.
Está muito difícil adequá-los aos alunos do 1.º grau, ainda mais de periferia",
"maior ênfase à questão metodológica, que é muito pobre se comparada a
publicações do gênero", "a Revista deveria
estar voltada para as imensas
dificuldades que encaramos em nossas salas de aula. Ela mais parece um repertório
de curiosidades matemáticas, destinadas a lustrar os egos dos seus
criadores e leitores", "apesar do editorial (RPM 10) desarmar-me um
pouco com as palavras 'não é uma revista pedagógica', acho que seria bom
termos mais atividades práticas", "a seção 'O que vai por aí',
normalmente para mim, é O que foi por aí...", "é um absurdo que, dos
seis problemas da II
Olimpíada..., a RPM só tenha
publicado o enunciado de três..." "mostre a Revista a políticos e
economistas para que essa obra, assim como o Brasil, não mais precise ser
exposta a questionário como este", ou ainda "muito obrigado pela
oportunidade que me deram no questionário", "acho uma 'pena' que uma
revista de tão alta qualidade seja tão pouco divulgada".
Reafirmamos, aqui, o propósito da SBM em persistir lutando para, como bem se expressou um dos nossos leitores, "que a RPM não termine, pois é um elo de ligação entre os professores de Matemática desse país".
Alciléa A.
H. de Mello |