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Num artigo nesta Revista, Imenes e Jakubovic diziam que "o mundo está a nossa volta e a Matemática está presente (...) nas atividades de muitas pessoas. É preciso sair em busca disto e conversar com outras pessoas" (RPM 1, p. 2). Um conselho especialmente interessante e que pude seguir facilmente: afinal, lecionava num colégio instalado próximo ao canteiro de obras de uma hidrelétrica na Amazônia. E um dia desses, vi algo simples e engenhoso. Fui visitar a Central de Armação, onde são dobrados os ferros para a estrutura de concreto da barragem, no comprimento e com a inclinação apropriados. O encarregado recebe um lote de barras de ferro com uma plaqueta, mais ou menos como na figura ao lado, querendo dizer que cada barra, de 1,30 + 5,60 + 2,10 = 9m, deverá ser dobrada em ângulo reto numa extremidade e a 45° na outra. Embora este serviço seja feito por uma máquina, o encarregado tem necessidade de verificar se o ângulo está certo. Para isso, prepara-se um padrão; dobra-se uma pequena barra que é sobreposta a cada barra preparada para conferir. Assim, é preciso inicialmente marcar um ângulo de 45° (no nosso exemplo). Como não se tem transferidor — e nem será preciso, como se verá —, o encarregado toma uma trena, tira 57 cm e, segurando esta marca, traça, com giz, sobre uma mesa, uma semi circunferência. Em seguida, tira 45 cm, e entorta, sobre a semi circunferência, a trena, determinando um arco. O ângulo subtendido por este arco mede 45°. A justificativa é simples. Uma circunferência de raio R cm tem comprimento 2R cm e subtende um arco cuja medida é de 360°; um arco de x cm subtende um arco de a°. Logo:
Agradecimento: Muito obrigado ao
Sr. Feliciano Lima, chefe de Armação da Construtora Andrade Gutierrez em Balbina
(AM).
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