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Um leitor de Lavras, MG, enviou, entre outros, o seguinte problema à
RPM: "Um rajá deixou pérolas como herança para suas filhas,
determinando que a divisão se faria do seguinte modo: a filha mais
velha tiraria I pérola e 1/7 do restante; viria depois a 2° filha e
tomaria para si 2 pérolas e 1/7 do restante; a seguir, a 3° filha
tomaria 3 pérolas e 1/7 do restante; e assim, sucessivamente, agiriam
as demais. Feita a partilha, cada uma das herdeiras recebeu o mesmo número
de pérolas. Qual o numero de pérolas e quantas eram as filhas do rajá?" RPM:
Se n era o número de pérolas, a lª filha recebeu
obtemos
o único valor possível para o número de pérolas: n = 36 que,
felizmente, resolve o problema. De fato eram 6 filhas e cada uma
recebeu 6 pérolas seguindo as instruções do pai rajá.
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Um leitor de Fortaleza, CE, manifesta sua curiosidade a respeito das
chamadas Equações Diofantinas. RPM:
Equações Diofantinas (de Diophantus, Alexandria, séc. III) é um nome
dado, em geral, às equações algébricas, em uma ou mais variáveis,
com coeficientes inteiros e das quais se procuram somente as soluções
inteiras. Muitos problemas ligados à resolução de equações
diofantinas de grau
n
2 continuam em aberto e seu estudo tem gerado um grande
desenvolvimento em certas áreas da Matemática. Quanto às equações
diofantinas de 1° grau, a duas variáveis, ax + by = c,
a, b, c , sabe-se que elas têm solução
(em Z) se, e somente se, c for divisível pelo máximo divisor comum de a
e b. Sabe-se ainda que, quando tem solução, esta equação
admite uma infinidade de soluções. Com efeito,
vista, por exemplo, no livro de L.H. Jacy Monteiro, Elementos de Álgebra,
onde convém olhar a teoria do máximo divisor comum em Z. O exemplo a
seguir dá uma idéia de um processo de resolução de uma destas equações: "Ache
as soluções inteiras de 5x + 22y = 18" Como
mdc(5, 22) = l, a equação tem solução. Podemos escrever
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Um leitor do Recife, PE, faz duas perguntas, cujas respostas podem ser
dadas a partir de matéria exposta na RPM. Pede-nos para provar que o
número
é
racional e para calcular o resto da divisão por 9 do seguinte
número:
RPM: A l* pergunta está ligada ao artigo publicado na RPM 7, p. 26. Se chamamos Estudando
esta equação, cujo 1° membro é estritamente crescente e, portanto,
admite uma só raiz real, verifica-se que a + b = 2 que é
o número dado. Você pode verificar que a fórmula de resolução
aplicada a esta equação dá exatamente o número 2 escrito na forma a
+ b. Quanto
à 2ª pergunta, está respondida no artigo de L. R. Dante, Restos,
Congruências e Divisibilidade (p. 33). De fato, devido às
propriedades das congruências tem-se: (72342)3
+ (2422)5 . (4388) = 03 + l5
. 5
(mod 9). Donde
o resto da divisão deste número por 9 é 5.
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Um leitor de São Paulo, SP, estranha o uso da nomenclatura de número
complexo para números como
e números lh30min 20seg ou 85° 12'35". Qual a semelhança entre
eles? RPM:
Não há relação entre os números complexos da forma a + bi
e os números complexos que aparecem como medidas de tempo e ângulo.
Todavia, não há mal em conservar esta nomenclatura, pois o contexto
tornará evidente o significado de número complexo em cada caso. De semelhante
eles têm o fato de que ambos são formados por elementos mais simples,
que é a idéia da palavra complexo. O número a + bi é
formado por suas partes real e imaginária, a medida de tempo envolve número
de anos, meses, dias, etc. e a de ângulos, graus, minutos e segundos.
Também em Geometria o termo complexo é usado quando se
considera um poliedro formado por seus vértices, arestas e faces.
— Um colega de Campos, RJ, propôs aos seus alunos o problema da planificação de prismas oblíquos cujas bases fossem polígonos regulares. Cada aluno trabalhou livre e independentemente e um fato se repetiu: prismas oblíquos de bases regulares com número impar de lados só fechavam quando uma das faces era retangular. Foi uma coincidência ou é um fato? Como provar? RPM:
Você fez bem em desconfiar desse resultado e pedir uma prova. Como você
pode ver pela figura, o que houve na classe foi mera coincidência. É
possível obter um prisma oblíquo a
partir de um prisma reto por meio do "deslocamento" de uma
base, de forma que as arestas fiquem paralelas a uma outra direção.
Neste caso, têm-se: a)
se a nova direção for paralela a um plano perpendicular a uma das
faces antigas, o novo prisma
A
figura apresenta a planificação de um prisma oblíquo cuja base é um triângulo equilátero. (agora
oblíquo) terá uma face retangular (que corresponderá à face
perpendicular ao plano). Acho
que todos nós aprendemos com a experiência que vocês fizeram. Parabéns.
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