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Acompanhando
nossos alunos, quando têm de competir, seja nos chamados
"vestibulinhos" ou nas provas de concursos públicos e testes
nas empresas, nas olimpíadas de Matemática e principalmente no
vestibular, pudemos notar que eles comumente lamentam não se
"lembrar" mais das "fórmulas" no momento das
provas.
Isto
acontece em muitos assuntos, mesmo com alunos que fazem revisões (em
sua escola, ou nos cursinhos, ou por iniciativa própria). Neste número
da Revista pretendemos abordar um exemplo bem ilustrativo disto, dos
conteúdos lecionados no 2.° grau. Trata-se do assunto progressões,
que damos na 1.ª série, à altura do 2.° bimestre.
No
vestibular da Fuvest de 86, entre as questões da prova de Matemática
(aquela dos 2600 zeros) da 2.ª fase, existia uma de progressão
aritmética:
Questão
06 a)
Prove que numa P.A (a1, a2, a3, ...), a1 +
a9 = a2 +
a8. b)
Sabendo que a soma dos 9 primeiros termos de uma P.A. é 17 874, calcule
seu 5° termo. Havia
algumas questões mais fáceis que esta, sobre tópicos lecionados no 2 a5 = 17 874 : 9 = l 986 Direta,
informal, correta! Solução de quem sabe e viu que o 5° elemento é a
média (aritmética) dos 9 elementos e portanto, para obtê-lo, basta
dividir a soma por 9. Isto, em lugar da solução "comum"
nestes casos:
Quanto ao item a), sem comentário; todos o acharam realmente muito fácil.
Vamos
relatar o tratamento que temos dado a um assunto que, ao contrário do
que supõem alguns, não é nada fácil para os alunos: progressões. Após uma introdução a seq üências em geral, planejada naturalmente para ser útil no que viria adiante, passamos a um estudo das progressões aritméticas e, depois, das geométricas.É
um estudo em que, de início, nem precisamos de fórmulas. Estas, quando
surgirem, de modo natural, serão uma síntese de um raciocínio; não
precisam ser propriamente "lembradas" no momento de resolver
problemas, sendo para isto, no mais das vezes, dispensáveis mesmo. O
aluno que entendeu bem a lei de formação de uma seqüência aritmética
enxerga facilmente que o seu 19.° elemento pode ser colocado como
(para
"ir" de a1 até a19 ,
na seqüência, são 18 "passos"...). Do mesmo modo, a50 = a1 + 49r, a4 = a1 +3r, a2 = a1 + r. O termo geral da seqüência surge como uma formalização final.
Raciocinando ainda sobre o número de "passos", digamos de a11
até a20. —
que seriam 9 passos, (20 - 11) passos, não? — os alunos percebem (e
em
Assim também, numa seqüência geométrica, eles
fazem diretamente:
e
os melhores alunos chegam a observar que
e
depois usam isto nas questões e problemas que resolvem.
Ao
introduzir a soma de elementos em progressão aritmética é sempre
motivador
e instigante para os alunos o célebre feito de Gauss, na escola, ainda
menino, obtendo a soma dos números naturais de l a 100 (RPM 4, p. l).
a
soma S é obtida imediatamente, como n vezes a média, ou
seja, Assim
obtido, este resultado é incorporado pelo aluno, como síntese de um
raciocínio, e fica. Pode-se
fazer ainda a observação de que tal resultado vale também para uma seqüência
constante, embora não haja maior interesse em aplicá-lo nestes casos.
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